A seleção brasileira de natação paralímpica começou a ser formada para o Campeonato Mundial da modalidade, que será disputado entre 12 e 18 de junho na Ilha da Madeira, em Portugal. Quatorze dos integrantes foram conhecidos nos três dias da primeira etapa do circuito nacional, realizada no Centro de Treinamento Paralímpico, em São Paulo.
O jovem Samuel Oliveira, de 16 anos, não só fez índice para o primeiro Mundial da carreira, como bateu o recorde das Américas dos 50 metros nado borboleta na classe S5. O paulista, que teve os braços amputados após sofrer uma descarga elétrica na infância, melhorou o tempo que era, simplesmente, do multicampeão paralímpico Daniel Dias.
Quem também bateu recorde das Américas e se credenciou ao Mundial de Portugal foi Lídia Cruz, na classe S4. E foram três recordes. Uma vez nos 100 metros e duas vezes nos 200 metros nado livre. A carioca nasceu com má formação na coluna e sofreu uma lesão encefálica na adolescência.
Além dos 14 atletas classificados pela fase nacional, outros cinco estavam garantidos por terem sido campeões paralímpicos nos Jogos de Tóquio, no Japão, no ano passado. Caso de Gabriel Araújo, que também competiu em São Paulo, como preparação. E ele não se poupou. O mineiro, que tem focomelia, uma doença que impede o crescimento normal de braços e pernas, quebrou dois recordes mundiais da classe S2 – que já eram dele – nos 150 metros medley e nos 50 metros borboleta.
Vale lembrar que, na natação paralímpica, os atletas das classes S1 a S10 têm deficiências físico-motoras e que quanto menor o número da categoria, maior o grau do comprometimento.