Um tribunal de apelações suíço considerou o ex-secretário-geral da Fifa Jérôme Valcke culpado de falsificar documentos e aceitar subornos em um caso envolvendo direitos de mídia da Copa do Mundo, informou o órgão nesta sexta-feira (24).

Valcke, que foi secretário-geral da entidade que controla o futebol de 2007 a 2015, foi condenado a 11 meses de prisão e multado em 20.000 francos suíços (o equivalente a R$ 109,6 mil). Ambas as penalidades estavam suspensas.

O ex-dirigente de 61 anos havia sido inocentado por um tribunal inferior em 2020 por aceitar subornos e má gestão criminal agravada, mas os promotores suíços apelaram contra esse veredicto.

Os benefícios que Valcke – que o tribunal de apelações absolveu em uma acusação separada de gestão desonesta agravada – supostamente recebeu incluíam o uso sem aluguel de uma vila na Sardenha.

A propriedade era de Nasser Al-Khelaifi, presidente do clube de futebol francês Paris Saint-Germain e do grupo de mídia beIN Sports, com sede no Catar.

Valcke também foi acusado de aceitar pagamentos no valor de 1,25 milhão de euros (R$ 6,8 milhões) de um terceiro réu, um empresário grego também condenado por suborno pelo tribunal de apelações, vinculado à concessão de direitos de mídia para Copas do Mundo e Copas das Confederações.

Valcke, que foi banido de todas as atividades relacionadas ao futebol até meados de 2032 pelo comitê de ética da Fifa, disse ao tribunal de apelações que sua situação profissional e financeira se deteriorou desde 2015, uma vez que ele não possui renda.

“Minha saúde é tudo o que me resta”, disse ele.

Valcke afirmou que pediu a Al-Khelaifi para ajudá-lo como amigo em 2013 porque estava enfrentando dificuldades para financiar a compra da vila e de um novo barco.

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