A Copa do Mundo do Catar sempre foi pensada para ser única em vários aspectos, mas um fator que a Fifa parece não ter contemplado é que torcedores de todo o mundo estão optando por não participar de um torneio que, segundo grupos de fãs do esporte, “não faz os torcedores sonharem”.
Existem muitos fatores envolvidos, que individualmente podem ter sido pequenos impedimentos, mas que, somados, fizeram com que os torcedores que seguem rotineiramente suas seleções com grandes despesas decidissem ficar de fora da próxima edição.
A mudança do habitual período de verão do hemisfério norte, em junho e julho, para o inverno, terminando apenas uma semana antes do Natal por causa das altas temperaturas no país do Oriente Médio teve um impacto significativo.
In one month we get to kick it off all over again! 🥳#FIFAWorldCup | #Qatar2022 pic.twitter.com/Gaz5W8k6i1
— FIFA World Cup (@FIFAWorldCup) October 20, 2022
Requisitos rigorosos para a entrada no país, preços altíssimos de hospedagem e preocupações com os direitos humanos e o histórico do país no respeito à população LGBT também diminuíram o entusiasmo pelo evento, que acontece entre 20 de novembro e 18 de dezembro.
As restrições ao álcool e o alto custo das bebidas, o fato de muitos hotéis de Doha não exibirem jogos devido aos custos de licenciamento e a falta de entretenimento alternativo em uma cidade que nunca foi realmente preparada para turistas também ajudaram a convencer os fãs de que será mais divertido assistir o torneio em casa.
O País de Gales está disputando sua primeira Copa do Mundo desde 1958, mas Paul Corkrey, da Football Supporters’ Association Cymru, disse: “Levamos 50 mil para a Eurocopa de 2016, na França, mas a procura agora foi tímida, principalmente por causa do local e da época do ano em que a competição vai acontecer”.
“Espero que três mil fãs realmente viajem do País de Gales, embora também haja expatriados da região”.
O Catar, onde os estrangeiros compõem a maioria da população de 2,9 milhões, está sob severo escrutínio pelo tratamento dado aos trabalhadores migrantes.
“Tem gente que não vai porque o Catar não é um país de futebol”, disse Anne Costes, vice-presidente dos Irresistibles Français, principal torcida da seleção francesa.
“Doha não necessariamente faz você querer ir. Não atrai. Não faz os fãs sonharem.”
* É proibida a reprodução deste conteúdo.