Um grupo de jovens atletas com deficiência intelectual, ligados à Associação de Centro de Treinamento de Educação Física Especial (Cetefe), em Brasília, foi vítima de um golpe financeiro que gerou grande indignação entre as famílias. A responsável pela fraude seria uma mulher de 23 anos que, segundo relatos, teria seduzido e manipulado os rapazes para conseguir empréstimos e transferências bancárias em benefício próprio.
Em um dos casos mais graves, um dos jovens foi convencido a fazer dois empréstimos, totalizando R$ 30 mil, após a suspeita o levar pessoalmente a duas agências bancárias em Sobradinho. A mãe do rapaz contou que a golpista prometeu devolver o dinheiro, alegando que os empréstimos eram necessários para que ele conseguisse um emprego. A família, que agora enfrenta as dívidas geradas pelo golpe, entrou com uma ação judicial tanto contra a mulher quanto contra os bancos, por considerar que os funcionários deveriam ter desconfiado da situação.
A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) está investigando o caso, que já envolve pelo menos três vítimas. De acordo com a delegada Íris Helena Rosa, da 6ª Delegacia de Polícia (Paranoá), os investigadores ainda estão ouvindo as partes envolvidas para reunir mais provas. O Cetefe, por sua vez, está prestando apoio às vítimas e intensificando a comunicação entre alunos e professores para evitar novos casos.
A gestora do Cetefe, Nathália Cavalcanti, acredita que a golpista ainda possa estar em contato com outros alunos. A mulher usaria diferentes números de telefone e perfis para abordar os jovens, se apresentando como interessada em relacionamentos amorosos ou oferecendo oportunidades de emprego. Em alguns casos, o golpe gerou atritos entre os atletas, que chegaram a discutir por acreditarem que estavam em um relacionamento com a mesma pessoa.
A mãe de uma das vítimas expressou sua frustração com o golpe, lamentando o impacto emocional que a fraude causou nos jovens, muitos dos quais possuem maior vulnerabilidade social e afetiva. Ela reforça que esses meninos, que muitas vezes não têm uma inserção plena na sociedade, foram alvo de uma maldade que abalou profundamente suas vidas e a de suas famílias.
O Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT) já marcou audiências para os próximos meses, e a expectativa é de que o caso tenha novos desdobramentos com o avanço das investigações.