Segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, em 2019 o Brasil registrou 6.375 mortes de civis por intervenção policial. Não se pode generalizar a atuação das polícias brasileiras. Há uma grande variação regional no que se refere a letalidade policial no Brasil. Em 2019, apenas 5 estados responderam por 71,4% das mortes de civis: RJ, SP, BA, PA e GO. No Rio de Janeiro, o número de pessoas mortas em confronto com a polícia equivaleu a 30,3% do total dos crimes violentos letais intencionais (CVLI). Este percentual foi de 29,2% no Amapá; 23,4 em Goiás; 21,3% em São Paulo, e 17,6% no Paraná.

Não é só a letalidade de algumas polícias que é elevada. A vitimização policial também é alta. Em 2015 morreram 296 policiais militares em confrontos. A vitimização policial também varia bastante: 5 estados concentram 65,5% dos policiais mortos no Brasil: RJ, SP, PE, PA e BA. Cerca de 76% destas mortes (226) aconteceram quando o policial estava fora de serviço, frequentemente realizando atividade de segurança privada. Em alguns estados como Pará e Bahia, o número de policiais mortos fora de serviço chega a ser 6 vezes maior que o total de policiais vitimados em serviço. Ainda em 2015, enquanto no Brasil morreram 2702 civis em confronto com as policiais brasileiras, nos EUA morreram 442 civis.

Em 2019 foram registradas 172 mortes de policiais. Desse total, 62 foram mortos em serviço, e 110 foram vitimados fora de serviço. As mortes fora de serviço representaram, portanto, 64% do total de policiais mortos. O perfil médio do policial assassinado em 2019 não se distingue muito daquele verificado entre as vítimas de mortes violentas intencionais de modo geral. Os policiais mortos são majoritariamente homens (99%) e negros (65%).

Fonte: Anuário Brasileiro de Segurança Pública