Na última semana, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) e a renomada Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) colocaram em operação um ambicioso projeto voltado para a segurança viária nas rodovias federais do Brasil. Financiado pelo Fundo de Segurança Rodoviária da Organização das Nações Unidas (ONU), esse esforço colaborativo também conta com a participação de instituições de peso como o Programa de Pós-Graduação em Transportes da Universidade de Brasília (UnB), o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) e a Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran) do Ministério dos Transportes.

O objetivo primordial dessa iniciativa é aprimorar a coleta e o tratamento de dados relacionados aos fatores de risco presentes nas extensas malhas viárias brasileiras. Desde o detalhamento do projeto até seu cronograma de implementação, as equipes envolvidas têm se dedicado arduamente desde sua seleção pela OPAS, no ano passado.

De acordo com técnicos da PRF, a primeira etapa do projeto focará na revisão e aprimoramento das metodologias de coleta de dados de sinistros de trânsito, identificação de trechos críticos e coleta de fatores de risco. Em seguida, será desenvolvido um sistema digital inovador para processar e analisar esses dados, proporcionando uma base robusta para a formulação de medidas eficazes de segurança viária.

Um dos principais desafios enfrentados pela PRF é a coleta de dados sobre os fatores de risco, um obstáculo que esse projeto se propõe a superar. A solução planejada não apenas melhorará a eficácia das medidas preventivas, como também permitirá a implementação de fiscalizações direcionadas, campanhas educativas e intervenções na infraestrutura das rodovias.

Victor Pavarino, assessor em segurança viária e mobilidade sustentável da OPAS e OMS, ressalta a importância desse projeto para fortalecer a integração entre as instituições envolvidas e para embasar ações eficazes com base em evidências concretas.

Ao final do período de implementação, espera-se que todos os policiais rodoviários federais estejam capacitados para identificar fatores de risco durante seus turnos de trabalho, utilizando um aplicativo especialmente desenvolvido para esse fim. Esses dados serão então processados e disponibilizados não apenas para a PRF, mas também para os órgãos responsáveis pela infraestrutura rodoviária, auxiliando no planejamento e na implementação de intervenções necessárias.

O projeto não se limita apenas ao âmbito nacional. Com uma estrutura flexível e adaptável, a solução proposta poderá ser disponibilizada futuramente para estados, municípios e até mesmo outros países interessados em promover a segurança viária.

O Fundo de Segurança Rodoviária da ONU, que financia esse projeto pioneiro, foi criado com o objetivo de reduzir as lesões e mortes causadas por acidentes de trânsito em todo o mundo, demonstrando o compromisso global em enfrentar esse desafio que afeta milhões de pessoas todos os anos.