No último final de semana tivemos em Brasília dois fatos relacionados ao DEScontrole emocional que me chamaram a atenção. O primeiro está relacionado a um tiro acidental nas dependências do Congresso Nacional, que veio a ferir uma pessoa. Ele foi disparado por uma policial da PMGO. Já o segundo caso, foi em decorrência de um homicídio cometido por um oficial da PMDF, que veio a disparar cinco tiros contra a esposa, e está diretamente ligado ao descontrole emocional e a problemas conjugais que poderiam ser resolvidos de outra forma.
Ao escrever esse texto uma pergunta não quer calar:
O que leva um profissional, com estabilidade e toda uma carreira pela frente, a cometer esse tipo de crime?
Ao ler um artigo da Drª Elizete Malafaia, psicóloga e terapeuta de família, percebi a importância de se buscar o “aprimoramento” emocional!
Segundo ela, nós, ocidentais, valorizamos mais o pensamento racional, lógico e abstrato. Assim, para muitos, os apectos emocionais e intuitivos são menos importantes. Alguns dizem que sentimentos e intuições são “coisas de mullher”.
É interessante observarmos que em nossa vida temos vários exemplos de como a razão e a lógica perdem sua força e os argumentos diante de uma explosão emocional. Temos que quebrar o paradigma de que somos “superiores ao tempo” e tudo mais que está a nossa volta.
É necessária uma conscientização de que somos seres emocionais, e precisamos reciclar-nos emocionalmente todos os dias.
Infelizmente nossa sociedade valoriza mais a aparência, o consumo, a riqueza material e a juventude do que a alma e o espírito humano. Segundo a psicóloga, temos como resultado disso o envolvimento crescente de pessoas com drogas, álcool e as chamadas “pílulas” da felicidade. Para outros, e isso já aconteceu comigo, a fuga é o trabalho em excesso. Tudo isso mostra a procura das pessoas por alguma coisa que perderam, diante da incapacidade de instrospecção, de valorizar os sentimentos e de contentar-se com as pequenas coisas que as emocionam.
A desvalorização das emoções interfere e atrapalha nossos relacionamentos. O emocional é muito importante, pois somos seres emocionais e, nas horas menos convenientes, podemos ser dominados pelas emoções e fazer bobagens. Isso ocorre porque as emoções reprimidas e mal resolvidas podem transformar-se em uma energia potencialmente violenta. Logo, precisamos aprender a expressar e a cultivar os nossos sentimentos, cuidando deles com muito carinho, muita atenção e muita dedicação, para que não nos transformem em uma fera que agrida o nosso próximo e a nós mesmos.
O policial, mais que qualquer outro cidadão, deveria ter conciência disso, seria importante aprendermos isso desde nossos primeiros passos dentro da corporação!