Durante minha vida passei por várias acusações e decepções. A dor é a melhor maneira para nos tornarmos melhores. Tenho me dedicado a tentar conhecer o ser humano, mas quanto mais o conheço, mais me decepciono com ele. Na verdade comigo.
Fui criado para ser perfeito e buscava essa perfeição. A época que mais cresci, em minha vida pessoal e profissional, foi nesse último ano, mas esse crescimento é resultado de algumas cobranças produzidas pela Raquel (minha ex), somos resultado do que plantamos no passado. Seremos amanhã resultado do que escolhemos ser hoje. Sou assim!
Por incrível que pareça esse texto não é pra falar de mim, mas sim de todo sistema que nos cobra a perfeição.
Somos seres falhos, cheios de defeitos, de perverções, de sonhos, de medos, de fantasias. Pessoas tentando acertar a todo tempo, sempre procurando o certo, mas fazendo o errado. Muitas vezes em consequêcia de nossa vaidade, arrogância e orgulho.
Cobramos de nossos líderes, pastores, chefes, amores, amigos, filhos e tantos outros, uma perfeição que não conseguimos atingir, e ninguém consegue, isso é utópico. As pessoas são falhas, mas elas mudam de pensamento e de posição.
Fernando Henrique escrevia como sociólogo, mas agiu como político. Luta já foi revolucionário, hoje é “quase” liberal. Tivemos representantes que já defenderam a polícia, hoje defendem a política e seus interesses.
Tenho um pastor (Pastor Fadi Faraj) que sempre combateu a política, mas percebeu que não consegue sobreviver sem ela, pois ela está em todo lugar.
Eu mesmo, um militar convicto, muitas vezes, com meus textos passo a impressão de ser um defensor do fim do militarismo e de uma unificação louca das polícias, mas não é isso.
Prego nesse blog uma reflexão sobre nossos vazios dentro da corporação e em nossas vidas. Discuto aqui uma desmilitarização cultural, uma unificação de normas, procedimentos, bancos de dados, formação.
Aqui sou o político, o religioso e o militar. Me apresento como alguém falho, imperfeito, crítico, subversivo…Mas me posiciono, tentando fazer a diferença onde chego, é isso que nos torna únicos!
Plagiando um sábio tenente, que passei a admirar após uma breve conversa, deixo as seguintes perguntas:
Existe diferença entre o poder de polícia outorgado, pelo Estado, a um coronel e a um soldado de polícia?
E o poder discricionário garantido a cada um deles possui alguma diferença?
É esse tipo da VAZIO que precisamos preencher. É hora de nos conhecermos e nos posicionarmos. Adquirirmos uma identidade. Sermos mais policiais e menos militares. Seres pensantes, cidadãos, livres, agentes de mudança, agentes de transformação. Fazermos a diferença onde estivermos, seja, profissinalmente ou espiritualmente.