Ontem foi o dia do soldado. Senti vergonha desse dia. Refleti bastante, antes de escrever esse texto, pois ele será um desabafo. Sou bastante otimista em alguns pontos, no que se refere ao sistema policial, político, religioso e social, mas extremamente cético em sua maioria.
Na noite de ontem, após trabalhar no jogo entre VASCO e BRASILIENSE meu ceticismo chegou ao extremo. Hoje fui tomado por uma revolta que foi desde meus conceitos religiosos, passando pelo político, chegando ao policial e social.
Ontem vi algo que me revoltou, hoje vi algo (TV RECORD) que me entristeceu. Estou cheio das vaidades e orgulhos humanos. Líderes orgulhos que manipulam as massas. Policiais covardes, que maltratam o povo o qual jurou proteger.
Policiais em sua maioria oriundos das classes baixas que ao receberem uma farda e uma arma se acham superiores aos demais de sua “casta”, tratando-os como “bois sendo levados ao matadouro”.
Policiais que não querem ser abordados na entrada do estádio, mas também não querem se identificar, achando que os outros são obrigados a conhecê-los ou a terem “bola de cristal”…sem falar outros casos mais “estranhos”…
Lembrei-me do Jurista Miranda Rosa durante as aulas de Sociologia Jurídica, do professor ELVÉRCIO durante as aulas de Teoria do direito – abordando o que é justiça – e do senso que ela no traz: dar ao outro aquilo que ele merece. Será? Não consigo conceber que o povo (jovens) mereçam tratamento tão desumano como aquele visto (por mim) ontem!
Como não lembrar do LIVRO OPERÁRIOS DA VIOLÊNCIA?
Como não lembrar do professor Cristovam Buarque e o Apartheid Social?
Como não sentir vergonha de fazer parte desse sistema?
Talvez alguns possam não entender o que quero dizer, mas é melhor assim.
Uma vez alguém me disse que preferia ouvir uma mentira a uma verdade, na época não entendi, mas hoje descobri que a verdade cura, mas ela provoca dor e ninguém gosta de sentir dor. Dói pensar, dói refletir, dói mudar de posicionamento, mas também dói ficar calado diante de tanta “injustiça”!