Hoje faleceu um companheiro de farda vítima de um assalto roubo em uma lotérica na “fronteira” com o Distrito Federal. O fato revoltou vários companheiros que gritam nas comunidades de policiais militares espalhadas pela rede: “Morte aos bandidos!!” – “Fora os direitos  humanos!”
É triste perder um companheiro, pior é ver o choro da família. Toda morte nos traz uma reflexão. Infelizmente não sofremos pelo outro, na verdade, nos colocamos em seu lugar e imaginamos nosso próprio funeral. Somos egoístas por natureza, apenas negamos esse fato!
O que me chama a atenção é que essa revolta é passageira. Às vezes chega ao ponto  de nos acostumarmos com essa triste realidade. Em meu curso de formação, durante a “semana zero” aprendi que todo dia é o último dia do policial. Isso nos faz viver desregrados. Já escrevi sobre isso aqui. 
Em época de eleição vejo somente o discurso salarial. Questões como essas deveriam ser levantadas. A mudança da legislação para os crimes cometidos contra policiais deveria ser também o centro dos debates. Se os crimes cometidos por policiais são agravados, nada mais justo que o contrário também prevaleça. Não sabemos o que queremos, nem para onde iremos. Somos resultado de nossas infelizes escolhas!
Fico imaginando o dia em que haverá um protesto silencioso em nossa Corporação. Em vários países da europa nos deparamos com monumentos em homenagem ao “soldado desconhecido”. Espero ver um dia em frente ao QCG um monumento aos nossos “soldados desconhecidos” e a punição devida aos criminosos que atentam contra a vida de nossos irmãos!
Nosso comando poderia iniciar essa homenagem hasteando a bandeira do comando, que representa nossa corporação e seus integrantes, a meio mastro, todas as vezes que um policial militar falecer, independentemente da causa. Seria uma forma de mostrar nosso luto a sociedade! O luto é sempre necessário para curarmos nossas doenças interiores!