“Se não tem a mente pensante – aquele elemento que tem a capacidade de agregar e planejar as ações criminosas –, conseguiremos um bom resultado. Estamos focados em realizar prisões qualitativas, pois segue a máxima que, quando se corta a cabeça, o corpo padece”. A fala do delegado geral da Polícia Civil do Estado do Ceará (PCCE), Marcus Rattacaso, representa o objetivo da “Operação Guilhotina”, que teve mais uma fase deflagrada, nessa terça-feira (16), nos estados do Ceará e do Pará. Nesta fase, foram presas 16 pessoas e apreendidos 633 quilos de cocaína e crack, além de R$ 75 mil. Detalhes da ofensiva policial foram divulgados em coletiva de imprensa, na manhã desta quarta-feira (17), na sede da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), em Fortaleza.

Entre os presos nesta ação estão dois homens apontados como os chefes de uma organização criminosa, oriunda do Rio de Janeiro, com atuação em território cearense. As investigações indicam que a dupla, que é cearense, estava no Rio de Janeiro, escondida em uma cidade na Região Metropolitana da capital fluminense, quando, no dia 24 de janeiro, eles saíram em direção ao Pará, chegando em Belém, no dia 26 de janeiro. A suspeita é que a dupla se preparava para tentar se estabelecer em solo paraense, pois seria considerado um território “neutro”, visto que os dois homens não eram procurados por crimes lá.

Prisões no Pará

Era manhã de segunda-feira (14), quando um avião saiu do Ceará e percorreu 1.134 quilômetros até pousar em Belém, capital do Pará. No avião, quatro policiais civis da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco) da PCCE tinham a missão de localizar e prender dois foragidos da Justiça cearense. Os alvos são considerados os chefes de um coletivo criminoso atuante no Ceará.

Em solo paraense, os policiais civis contaram com o apoio da Divisão de Repressão ao Crime Organizado (DRCO) da Polícia Civil do Estado do Pará (PCPA). Após diligências, os alvos foram encontrados em um sítio na cidade de Benevides. Lá, além dos suspeitos, a Polícia Civil localizou outros três homens e apreendeu a quantia de 633 quilos de cocaína e crack. Os homens foram autuados em flagrante por tráfico de drogas e ficaram custodiados no Pará. Já os dois foragidos cearenses foram recambiados, ainda na tarde de ontem, para o Ceará. O voo que trouxe os suspeitos e os policiais aterrissou em Fortaleza no final da tarde dessa terça-feira.

Ação no Ceará

Simultaneamente a ofensiva realizada no Pará, policiais civis cumpriam mandados de prisão e desarticulavam outra parte do esquema criminoso atuante em Fortaleza. No Ceará, as ofensivas foram realizadas por policiais da Draco e contaram com o apoio da Coordenadoria de Operações e Recursos Especiais (Core) e do Departamento de Inteligência Policial (DIP) da PCCE e também da Coordenadoria de Inteligência (Coin) da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS). Aqui, foram presas dez pessoas e foi cumprido um mandado de prisão em desfavor de um homem que já se encontrava preso. Entre os alvos está um chefe do tráfico de drogas do bairro Moura Brasil, que era apontado como “conselheiro de guerra” e seria o responsável por deliberar sobre as ações de ataques contra membros rivais.

Histórico da operação

A guilhotina é a referência de corte para a operação desenvolvida pela Draco, que tem como objetivo tirar de circulação e enfraquecer os criminosos apontados como chefes de um coletivo criminoso atuante no Ceará. As investigações iniciaram em junho de 2020, após circular, em aplicativo de mensagens, informações sobre o domínio de um grupo criminoso em alguns bairros de Fortaleza. Na época, foram realizadas queimas de fogos em comemoração.

Com as investigações, ainda em junho do ano passado, o primeiro suspeito foi preso. Já em outubro, foram presos outros dois suspeitos. Em novembro, cinco outros integrantes do coletivo criminoso foram capturados. Em janeiro desse ano, mais dois integrantes foram presos. Com a operação realizada nessa terça-feira (16), sobe para 25 o número de integrantes do grupo criminoso que se encontram presos.

Denúncias

Para combater a atuação de grupos criminosos no Estado, a Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco) conta com a participação da população para repassar informações que auxiliem os trabalhos investigativos. Por isso, a unidade especializada da Polícia Civil do Ceará mantém um número de WhatsApp para receber denúncias de ações criminosas em todo o Estado. A população pode enviar mensagens de texto, áudios, fotos e vídeos para o número (85) 98969-0182.

As denúncias também podem ser feitas, por meio de ligação gratuita, para o 181, o Disque-Denúncia da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS). O sigilo e o anonimato são garantidos.

Fonte: PCCE