Eli Roberto Chagas, 51 anos, morreu na manhã desta terça-feira (2/2), enquanto aguardava o filho na porta do Colégio Rogacionista, na quadra QE 38, do Guará II. Segundo informações preliminares da Polícia Militar, um menor vestindo um uniforme de outra escola teria abordado o homem, que acabou baleado e morreu no local.

O crime ocorreu por volta das 11h40 e o carro, o Corolla prata de placa PAN-3286, foi roubado pelo menor, que teria disparado três vezes, sendo que apenas um dos tiros acertou Eli, que era servidor do Senado Federal. Ainda de acordo com a PM, o homem saiu do carro logo que foi abordado e correu, sendo atingido em seguida.

Eli, pai de dois alunos na escola –  um rapaz do primeiro ano do ensino médio e uma menina do ensino fundamental – teria retirado o carro numa concessionária nesta manhã. A família mora próximo do local do crime, na QE 26 do Guará II.

Segundo a orientadora pedagógica Ivânia Gonçalves, a região é alvo de assaltos frequentes. “Aqui nas proximidades é ocorrência na certa. Mas nunca tinha visto uma morte. Estamos reféns da violência”, relata. No momento do crime, funcionários da escola bloquearam a saída dos alunos. Apenas crianças e adolescentes acompanhados dos pais eram liberadas para deixar o estabelecimento de ensino.

Primo de Eli, o militar Carlos Chagas (veja vídeo abaixo) estava revoltado no local do crime: “Brasília está difícil de viver com toda essa violência. Ajuda, governador”. Para ele, a lei da maioridade penal tem contribuído para que menores participem cada vez mais dos crimes. “Aquela Câmara, aquele Senado, têm que mudar a lei. Os menores não podem ficar impunes”, completou. Irmãos da vítima também estiveram no local mas, muito chocados, não deram declarações.

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Evande Gomes é mãe de uma estudante do colégio e diz que deixa a filha, de 11 anos, na escola sempre com o coração na mão. “Não existe mais local seguro nesta cidade. Não adianta se esconder em casa, nem atrás de portões ou cercas elétricas. A criminalidade vai pegar você”, disse.

Reunidos no pátio da escola, alunos de todas as séries fizeram um grande círculo de oração. “Nosso dever é orar pelas vítimas desta onda de violência, como é o caso do pai desses alunos que perdeu a vida de forma estúpida”, disse uma estudante de apenas 14 anos.

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Segundo o diretor do colégio, Ademar Tramontina, Eli era um pai muito presente na escola: “O fato de ele vir buscar os filhos todos os dias diz muito. Ouvimos os disparos e logo fomos ver o que era. Ao deparar com o corpo do pai, acionamos o Samu e levamos a esposa para dentro. Mantivemos os filhos no colégio para que não vissem a cena e preservassem a imagem do pai”.

Ainda segundo o diretor, roubos e assaltos ocorrem com certa frequência na região e um ofício foi feito ao 4º Batalhão da Polícia Militar pedindo para aumentar o policiamento. As aulas da tarde foram mantidas, pois muitos pais trouxeram os filhos

Fonte: Portal Metrópoles