O conhecimento de técnicas que proporcionem a redução de riscos e a proteção à integridade física dos agentes da segurança pública e dos membros da sociedade é essencial para o exercício da atividade policial, por isso, na Academia Estadual de Segurança Pública do Ceará (Aesp/CE), os 47 alunos do Curso de Formação de delegados da Polícia Civil participam de aulas práticas de defesa pessoal.
A disciplina, que tem 36 horas/aula, é ministrada por especialistas na área e aborda desde conceitos filosóficos, históricos e aspectos legais que norteiam o emprego das técnicas de Defesa Pessoal Policial até instruções práticas que ensinam a aplicar métodos de imobilização; ataque e condução; técnicas de neutralização, desarmamento, amortecimento, rolamento e de defesa de armas entre outros.
Um dos instrutores responsável por repassar os conhecimentos técnicos aos alunos é o inspetor Francisco Carlos Pinto Sá. O policial, que atua na Coordenadoria de Operações e Recursos Especiais (Core) da Polícia Civil do Estado do Ceará (PCCE), é mestre sétimo grau da faixa coral em jiu-jitsu, além de especialista em artes marciais pela Universidade Estadual do Ceará (Uece).
Ele explica que as técnicas e táticas de defesa pessoal devem ser empregadas após uso de outros meios e instrumentos mais brandos de forma a haver proporcionalidade entre a situação real e os meios disponíveis para fazer com que a lei seja cumprida e que, durante as aulas, os alunos simulam diferentes situações que podem ocorrer no cotidiano da profissão.
“Aqui na aula prática, a gente tenta montar vários cenários para que eles tenham a capacidade de analisar qual o momento certo de usá-las. Não é só técnica e nem o próprio instinto, eles precisam analisar rapidamente o cenário e entender qual o melhor meio que eles irão usar para resolver”, pontua o inspetor Sá.
Segundo Francisco Sá, o treinamento de Defesa Pessoal deve ser contínuo para os agentes de segurança pública. “Esse momento na Aesp, é um momento inicial, que serve para despertar, porque muitos deles (alunos) vêm sem ter tido nenhum contato com algum tipo de artes marciais fora da Academia, mas o ideal é que essa prática seja permanente, porque ninguém sabe nem o dia nem a hora que vai precisar utilizar esse conhecimento, e temos que estar sempre reciclando, sempre aperfeiçoando”, ressaltou o instrutor.
Para o aluno do grupo 3, Luís Fábio, que já é policial civil do estado do Rio de Janeiro, esse treinamento é essencial para a profissão e permite que o agente de segurança pública atue com mais eficiência. “A atividade policial é dinâmica, então, você nunca sabe quando a gente vai precisar imobilizar alguém ou quando estaremos diante de uma situação de risco que uma abordagem leva a uma situação de perigo. O policial precisa está pronto, em condições mínimas, de compreender o espaço e poder reagir de maneira adequada, sem a necessidade de uma arma de fogo ou um equipamento mais letal”, destacou o futuro delegado.
A disciplina de Defesa Pessoal está presente em todos os cursos de formação inicial promovidos pela Aesp e em conjunto com as aulas de educação física contribuem para a melhora do condicionamento físico do novo profissional de segurança pública.