Governadores de todo o Brasil se reuniram ontem no DF para discutir algumas pautas. Uma delas foi a legalização de jogos de azar para financiar a segurança pública. Uma discussão polêmica que pode nos levar a debater outros temas, dentre eles a legalização das drogas no país.
Os alvos dos governadores são, principalmente, as apostas feitas pela internet. A estimativa é que a regulamentação dos jogos de azar pode gerar até R$ 18 bilhões por ano em arrecadação de tributos. Esse dinheiro seria destinado a um fundo de segurança pública e beneficiária os estados e o Distrito Federal. Assim no perguntamos: vale tudo para a aumentar a arrecadação?
O Governador Rodrigo Rollemberg foi o anfitrião do encontro que debateu a proposta. Chefes de Executivos de 15 unidades da federação participaram da reunião realizada na residência oficial de Águas Claras. Depois, eles se dirigiram ao Congresso Nacional. Os presidentes da Câmara Rodrigo Maia, e do Senado, Eunício Oliveira, deram a apoio à iniciativa.
Um questionamento que merece nossa atenção é: o discurso de permitir jogos de azar e tributá-los, criando um fundo para a segurança pública, também vale para liberar as drogas? Esse fato também geraria milhões de impostos aos cofres públicos e neutralizaria o tráfico de drogas, mas vale tudo para a aumentar a arrecadação?
Em nossa opinião, primeiro legalizam os jogos, quando menos esperarmos, as drogas. A prática de jogos de azar pode ser associada com diversos crimes, dentre eles, lavagem de dinheiro, corrupção e sonegação de impostos. O viciado em drogas comete muitos dos erros do viciado em jogos para saciar seu vício. o argumento da arrecadação de impostos vale tanto para os jogos quanto para a legalização das drogas. Um risco. Seria a vinculação explícita entre o crime organizado e a política? É possível que a atual criminalização da política tenha seus motivos.
Editorial – Da Redação.