A pouco menos de duas semanas para o fim do prazo de trocas partidárias e novas filiações, pelo menos seis distritais ainda procuram uma sigla para disputar as eleições de 2018. Entre os sem legenda, estão Cláudio Abrantes, Rodrigo Delmasso e Sandra Faraj, pois estudam convites e nominatas antes de se definirem. Por outro lado, há quem ainda esteja filiado, mas em clima de despedida, como Juarezão, deixando o PSB, e Robério Negreiros, que deve desembarcar do PSDB. Além deles, Liliane Roriz não é mais bem-vinda no PTB.
Com o tempo se esgotando, o problema para os parlamentares é conseguir partidos capazes de dar a eles estrutura para a reeleição. Na visão dos próprios distritais, siglas de grande expressão possuem muitos nomes de peso, e isso causa “congestionamentos” de possíveis potenciais eleitos. Legendas pequenas, principalmente quando são mal coligadas, não conseguem formar quociente eleitoral e, mesmo que o candidato alcance um alto número de votos, pode ficar de fora.
É o exemplo de Rodrigo Delmasso, recentemente retirado da presidência regional do Podemos para dar lugar à ex-deputada distrital Eliana Pedrosa, a qual iria disputar pelo partido a cadeira do Palácio do Buriti. Sem que sua nova colega definisse uma nominata para ajudá-lo em seu objetivo de se reeleger, Delmasso resolveu buscar uma nova sigla.
“Eu devo decidir até sexta-feira (30), pois os partidos almejam que os demais candidatos não sejam pegos de surpresa. Os partidos têm medo da minha entrada, pois pode espantar outros candidatos por causa dos votos que tive”, explica o distrital. Ele completa: “Hoje, tenho conversas adiantadas com cinco partidos: PSDB, PSD, PHS, PTC e PRB. No momento, para podermos discutir isso, não me interessa se o partido já tenha definido apoio a candidatos a governador ou pregue contra as minhas bandeiras”, explica Delmasso.
O caso de Robério Negreiros é bem parecido, com uma diferença: o parlamentar gostaria que o PSDB destituísse da presidência local o interventor e deputado federal Izalci Lucas. O distrital, então, passou a negociar com outros partidos, entre eles o Podemos, que mal perdeu Rodrigo Delmasso e já ficará sem sua nova presidente regional, Eliana Pedrosa. O tucano foi convidado para presidir a legenda, com a condição de ser candidato a deputado federal, mas declinou a proposta.
“Não estou interessado em disputar para deputado federal. Não é meu objetivo. Então, avisei, por telefone mesmo, que eu não iria mais para o Podemos. Não há mais uma decisão sobre sair do PSDB, pois acho que essa determinação [manter Izalci no comando] foi só um fôlego. O PSD nacional interveio junto ao PSDB. Lá na frente, se o Geraldo Alckmin não deslanchar, eles voltarão atrás”, afirma Negreiros, admitindo uma aproximação com o Democratas, de Alberto Fraga, possivelmente candidato a um cargo majoritário.
Arrumando as malas para sair do PSB, agremiação do governador Rodrigo Rollemberg, o distrital Juarezão estudará, junto ao grupo político, qual será seu destino até domingo (25). Segundo o parlamentar, estão na lista de possíveis partidos o PR, que formalizou convite por meio de sua direção nacional e regional, e o PRB.
O distanciamento de Juarezão do PSB e do próprio governador vem se concretizando há algum tempo. Rollemberg retirou cargos do companheiro de legenda recentemente, depois que o distrital votou a favor da derrubada de um veto para a contratação de profissionais da saúde. No início do mês, a sigla não convidou o parlamentar para a convenção nacional.
Sem partido desde que deixou a Rede Sustentabilidade, o deputado Cláudio Abrantes corre contra o tempo. Existe uma grande dificuldade para encontrar uma sigla, por causa de uma exigência do parlamentar: a legenda na qual ele ingressar não deve se aliar nas urnas ao governador Rodrigo Rollemberg.
“Eu tive convite do PV, mas, como eles não decidem se ficarão ou não com o Rodrigo, não me vejo perto deles”, explica Abrantes, que ainda analisa os partidos.
Excluídas
Duas deputadas ainda caminham sem destino entre os partidos. Liliane Roriz e Sandra Faraj, recentemente, ouviram de dirigentes de suas agremiações que “não eram bem-vindas”.
Pelo PTB, o presidente regional, Alírio Neto, afirmou que não terá candidatos com mandato entre os aspirantes ao Legislativo local – caso de Liliane. A deputada, até hoje, não se manifestou publicamente sobre o assunto, mas tem dito que cuidará do pai, o ex-governador Joaquim Roriz, atualmente com problemas de saúde. Mesmo se almejar concorrer, esbarra na Justiça, pois está inelegível e aguarda recurso a ser julgado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
A decisão do Solidariedade contra Sandra veio de cima. Mais precisamente do presidente nacional, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força Sindical, e da Executiva. No comunicado, ele disse não ter interesse na permanência da distrital no partido, por causa de interferências na direção local. Sandra afirmou, à época, que não tinha disposição em permanecer e já estudava sua ida para outra sigla.
Procuradas, as deputadas preferiram não se manifestar.