Análise interesse da Jornalista Ana Maria Campos, da Coluna Eixo da Capital do Jornal Correio Braziliense. A lógica política não é assim tão simples como ela coloca, mas vale a pena ler.
Segundo ela, a eleição deste ano e a Lei da Ficha Limpa deixaram para trás muitos políticos que nos últimos anos estiveram durante anos na boca do povo, conhecidos e com histórias de mandatos. Com a posse de Ibaneis Rocha (MDB) em janeiro e uma equipe importada da Esplanada, além da grande renovação na Câmara Legislativa e na Federal, fica a dúvida: quem pode influenciar o jogo político pelos próximos quatro anos, como oposição ou no papel de fiscalização do novo governo ou se destacar no exercício da função?
Considerando-se o desempenho eleitoral no primeiro turno, entre os 10 mais votados, sete estão sem mandato, mas podem, a depender da atuação, ganhar projeção. Veja quem foram os 10 mais votados:
Ibaneis Rocha (MDB)
Teve 634.008 votos no primeiro turno e venceu no segundo, com quase 70% dos votos válidos. É o próximo governador e protagonista do jogo político no DF.
Leila do Vôlei (PSB)
Eleita a primeira senadora da história do DF, Leila teve 467.787 votos. Está em um partido de oposição, mas pode se aproximar do atual governo como forma de contribuir nas políticas de esporte do DF.
Izalci Lucas (PSDB)
Terceiro mais votado, Izalci teve 403.735 votos. Seu projeto é eleger-se governador e, com mandato de oito anos no Senado, tem a grande oportunidade de concorrer nas próximas eleições sem risco de ficar sem mandato.
Cristovam Buarque (PPS)
Depois de ser governador, ministro da Educação e duas vezes senador, teve 317.778 votos, mas não se reelegeu. Atuante nos debates nacionais, ele vai ficar sem mandato, mas não longe dos temas importantes.
Fadi Faraj (PRP)
Quinto mais votado, teve 268.078 votos e não deve desistir da política. Pastor evangélico, deve ter o discurso fortalecido em tempos de governo Bolsonaro, com temas como Escola sem Partido.
Wasny de Roure (PT)
O petista não se elegeu, mas foi o sexto político mais votado entre todos os candidatos que disputaram a eleição. Teve 218.058. Pode construir um retorno à política nas próximas eleições.
Rodrigo Rollemberg (PSB)
O governador não se reelegeu, mas disputou o segundo turno. Na primeira fase, teve 210.510 votos. Permanece, assim, como um opositor do governador eleito do DF, Ibaneis Rocha, que deve cobrar os compromissos de campanha.
Paulo Roque (Novo)
O advogado que já disputou a Presidência da OAB/DF, mas nunca havia concorrido a cargos públicos, conseguiu um bom desempenho eleitoral na disputa ao Senado. Ficou em oitavo lugar, com 202.834 votos e não desistiu da politica.
Chico Leite (Rede)
O deputado distrital teve 195.641 votos. Não alcançou o objetivo de chegar ao Senado e voltará em janeiro para o Ministério Público do DF e Territórios, de onde está licenciado desde 2002. Mas, em breve, ao se aposentar, poderá retomar, se quiser, a atividade política.
Rogério Rosso (PSD)
Ex-governador eleito em votação indireta em 2010, o deputado federal teve 169.785 votos. Por pouco, não chegou ao segundo turno das eleições deste ano para o Palácio do Buriti. Faltaram cerca de 40 mil votos. Rosso declarou apoio a Ibaneis contra Rollemberg, mas, assim como o atual governador, pode ser uma voz crítica ao novo governo.
Com informações da Coluna Eixo Capital / Por Ana Maria Campos
Mesmo sem mandato, mais votados do DF devem se manter influentes
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