Uma matéria do Portal do Jornal o Globo chama a atenção para um fato que não ocorreu somente no Rio de Janeiro. Vimos isso ocorrer também na PMDF a partir de 2009: Com mais chefes do que comandados, PM faz plano para mudar regras de promoções. Em fevereiro de 2010, o jornalista e também Policial Militar, Aderivaldo Cardoso, fez uma postagem intitulada: Lei 12.086/09, prognóstico! Já em 2016 fez outra seguindo a mesma abordagem: Análise do prognóstico sobre a lei 12.083/09 feito em 2010.
Segundo a reportagem do “O Globo”: “Corporação sofre com a chamada ‘pirâmide invertida’ e precisa reforçar policiamento”No Rio de Janeiro, com a promessa de cuidar diretamente da segurança pública, o governador eleito Wilson Witzel (PSC) tem o desafio de evitar um colapso na organização hierárquica da PM.
“Hoje, a corporação sofre o fenômeno da “pirâmide invertida”: conta com mais chefes do que comandados. No quadro operacional, há 15.200 sargentos e 11.894 cabos. Entre os oficiais, o número de majores (543) supera o de capitães (476) e tenentes (502). Por isso, foi feito um plano para mudar as regras de promoções.”
Medidas adotadas pelo estado na década de 1980 resultaram na criação de planos de carreira com promoções por tempo de serviço. Sem a necessidade de concursos internos, as ascensões desmedidas na hierarquia levaram a improvisos operacionais e, segundo especialistas, interferiram na qualidade do policiamento. Por conta disso, é comum graduados serem escalados para funções subalternas, como dirigir uma viatura ou levantar cancelas na entrada dos batalhões. Outro efeito é um rombo na previdência estadual, já que os salários aumentaram.
Se observarmos a matéria do Rio de Janeiro, podemos observar fatos semelhantes aos que ocorrem hoje na PMDF. Lembrando que as medidas do Rio de Janeiro Foram adotadas nos anos 80 e as da PMDF há pouco menos de 10 anos.
A História é importante para conhecermos o passado e aprendermos com ele. Vale ressaltar que a Polícia Militar do DF é oriunda da PMRJ. Sempre é bom lembrar que “os filhos tendem a repetir os erros dos pais em maior ou menor grau”.
Nos próximos anos, as discussões de reestruturação da carreira precisam levantar em consideração tais observações, caso contrário, a Polícia Militar da capital de todos os brasileiros terá o mesmo destino da PMRJ.
Segundo a reportagem, uma das alternativas traçadas pela PMRJ foi:
“Na tentativa de corrigir as distorções, a cúpula da corporação traçou uma proposta para frear as promoções pelo tempo de serviço.”
A matéria do Globo é encerrada da seguinte maneira:
Enquanto a solução não vem, a PM apresenta números discrepantes entre si. Segundo a corporação, o déficit no efetivo considerado ideal de soldados é de 28.270 homens, enquanto os cargos de sargento tem um excedente de 8.430. Reconhecendo que uma mudança nas regras de promoção desagradaria à tropa, o chefe do Estado-Maior, coronel Henrique Pires, afirma não haver outra saída para evitar uma crise:
— É a opção que tem que ser feita. O policial prefere ficar de cara feia por causa dessa medida ou sofrer consequências duras no futuro, podendo ficar sem salário?
É interessante que no DF uma das lutas da categoria atualmente é a promoção por tempo de serviço, ou como é conhecida “independente de vagas”. Analisando os problemas do Rio de Janeiro atualmente, seria o melhor o caminho?