A Ronda Maria da Penha da Guarda Municipal do Rio (GM-Rio) criou uma peça teatral para abordar o tema da violência contra a mulher junto ao público infanto-juvenil. A obra foi criada por uma guarda do grupamento especial e é encenada pelos próprios patrulheiros que atuam na assistência a mulheres que já sofreram algum tipo de violência e hoje contam com proteção da Justiça. O objetivo é atuar na prevenção, orientando as crianças e adolescentes desde cedo a como identificar e a não se sujeitar a esse tipo de situação.
A peça conta com um cenário de conto de fadas onde se desenrola a história, contando com um príncipe, uma princesa e uma narradora. De forma lúdica, a peça desmistifica estereótipos relacionados às mulheres, como a incapacidade de realizar alguns tipos de atividades; aborda de forma clara os tipos de violência, que não é apenas física, mas se manifesta também nas formas psicológica, patrimonial, moral, entre outras; além de tratar sobre a importância do respeito mútuo e a igualdade de direitos entre homens e mulheres.
A primeira apresentação aconteceu no dia 29 de março na Escola Municipal Jacques Raimundo, em Realengo, na Zona Norte da cidade. De acordo com o relato dos guardas, as crianças demonstraram bastante interesse e participaram da dinâmica, interagindo com os personagens.
– A principal função da Ronda Maria da Penha é a proteção preventiva para redução na reincidência da violência contra as mulheres. O contato no dia a dia com centenas de mulheres vítimas, nos fez perceber ainda mais a importância da conscientização, ajudando mulheres a identificar o ciclo da violência e a denunciar. Já contávamos com uma peça para o público adulto. Com essa peça nova, vamos ajudar na promoção da segurança e no fomento de mudança de uma cultura destrutiva – destaca o comandante da GM-Rio, inspetor geral José Ricardo Soares.
A Ronda Maria da Penha da Guarda Municipal foi criada em março de 2021 para atuar na fiscalização do cumprimento de medidas protetivas deferidas pelos juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher da Capital. Após receber a notificação, guardas municipais vão até a residência da mulher que teve a medida deferida para verificar se está sendo cumprida pelo agressor. Não se aproximar da vítima, não manter contato ou não frequentar determinados lugares estão entre as medidas mais utilizadas para evitar a repetição da violência contra a mulher. As visitas são regulares no período de vigência da medida protetiva.
Desde o início das atividades da Ronda Maria da Penha da GM-Rio foram realizados 6.914 acolhimentos e 23 prisões. Atualmente a instituição conta com 985 mulheres.
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