O Coronel Márcio Cavalcante Vasconcelos nasceu no Rio de Janeiro, filho de servidores públicos, tornou-se Comandante-Geral da Polícia Militar do DF, ao completar 28 anos de serviço policial militar, permanecendo por um ano no cargo.  Sua trajetória foi motivada por seu irmão, quando cursava Educação Física na Universidade de Brasília (UNB).

Sua turma é conhecida como “SINDICATÃO”, pois foi a primeira turma da polícia militar que teve dois critérios para ingresso, sendo metade da turma oriunda do mundo civil e a outra metade composta por praças da Polícia Militar do DF.  De acordo com o Coronel Vasconcelos, tais características foram, fundamentais para a sua formação. A Polícia Militar do Distrito Federal tem se adaptado as mudanças da sociedade e os Oficiais da Polícia Militar que hoje ocupam a estrutura de comando também.

Atualmente, o maior efetivo de coronéis da ativa é oriundo da 4ª Turma de Oficiais, ou seja, o “SINDICATÃO”. Um ponto importante da entrevista foi a afirmação de que sua turma se preparou para chegar ao comando da Polícia Militar ao longo da carreira.  

Coronel Vasconcelos – Reprodução PMDF

Por que deixar um Comando que estava dando certo para torna-se candidato, um político, pelo MDB?

Os grandes problemas da segurança pública do DF, fogem do âmbito do Distrito Federal, pois qualquer mudança passa pelo processo legislativo federal ou por meio de medida provisória, que tem os seus problemas e as suas dificuldades. Nos últimos dois meses tudo se tornou uma realidade, foi uma construção madura. Por isso o local mais adequado para produzir mudanças é a Câmara Federal.

“Estou predisposto e empolgado para aceitar o desafio. A vivência, a idade, a experiência na Corporação me deram as credenciais necessárias para a disputa. Sinto-me preparado e à altura, do desafio. Farei de tudo, que for possível, para tornar meu nome mais conhecido e para chegar lá. A construção tem sido diária, assim foi quando me tornei comandante.”

Existe alguma proposta de reestruturação para a Polícia Militar?

A primeira coisa que precisa ser observada é a viabilidade da proposta e o segundo seria o melhor para a maioria da Corporação. Enquanto Comandante Geral foi construída uma proposta de reestruturação que representa isso, que foi repassada ao Governador do DF para fazer as análises, ajustes e envio para o Governo Federal.

A sua candidatura é um desafio pessoal?

Para mim é um grande desafio, pois saio de uma comodidade, no sentido de algo que estou acostumado a lidar e entro em caminhos desconhecidos, mas a vida é feita de desafios, de vitórias e derrotas. O que irá diferenciar os vitoriosos e derrotados é a forma de encarar os desafios. Neste sentido, quero me colocar como um representante que possa fazer a diferença, em especial, para a Polícia Militar.

Qual legado o senhor deixa?

“Nós Trouxemos um olhar especial para o sistema de saúde da Polícia Militar do DF, além disso, buscamos também um olhar para o homem, para o indivíduo, dentro da farda e por último, um olhar especial para a estrutura.”

A ideia foi fazer o policial militar sentir-se cuidado e pertencente à uma corporação. Assumimos o comando da corporação com um ano de pandemia, com apenas um hospital em condições de atender a demanda da Polícia Militar, potencializado pelo coronavírus. Deixo o Comando com quatro hospitais credenciados, sendo um deles na área norte. Retomamos as atividades e cursos na Academia de Polícia, tanto nos cursos de oficiais, quanto de praças, em especial, na modalidade de Ensino à Distância (EAD), naquilo que era possível. Além disso, convocamos vários candidatos e trabalhamos a suplementação orçamentária para o chamamento de novos candidatos do quadro reserva, o que irá completar mais de mil novos policiais entregues para a sociedade. Sobre educação e concurso foi possível realizar cinco Cursos de Altos Estudos (CAEP) e quatro Cursos de Aperfeiçoamento de Praças. Foi autorizada a Construção do 15º Batalhão da Cidade Estrutural, reforma do Centro Odontológico, dentre várias outras ações.

Quais são as pautas que serão defendidas pelo senhor, caso eleito?

Nossa pauta vai além, meu foco é a segurança pública, que vai além das demandas da PMDF e do Corpo de Bombeiros do DF.  Falar de segurança pública significa falar em proteção da mulher, de proteção dos jovens. Tudo isso são pautas suprapartidárias, vão além de pautas e ideologias partidárias.

“Sobre menores infratores, como operador da segurança pública, tenho uma visão diferente. Temos uma questão muito forte, voltada para o direito e para o Estatuto da Criança e do Adolescente. O investimento, não somente em segurança, mas em educação é o caminho, aliado a programas sociais, punindo os crimes, daqueles que usam menores, mais graves, com penas mais altas, tudo isso precisa ser aprimorado.”

Quando se fala em segurança pública estamos falando em mudanças importantes da legislação. Um exemplo é a co-participação, um custo que será cobrado do policial militar, que foi interpretada e modificada, trazendo uma visão mais gravosa para a maioria da força de trabalho dos integrantes da força de segurança pública. Um ponto importante é a destinação de emendas voltadas para projetos sociais.

O senhor defenderia o porte de armas para o cidadão?

É um tema polêmico. Não entro no debate, mas minha posição pessoal é a de que todo cidadão tem o direito de se proteger e de defender a sua família e a sua propriedade, nos termos da lei. Um exemplo que posso citar é o caso do Lázaro, se não fosse a posse de arma de alguns moradores ele teria entrado em mais residências.

No ano passado a Polícia Militar apreendeu mais de mil e seiscentas armas ilegais circulando. O problema são as armas ilegais, por isso sou totalmente a favor do porte dentro dos termos legais.

SOBRE O GOVERNO IBANEIS

“Sobre segurança pública, analisando os números, não há o que se criticar o governo Ibaneis. Os índices são fruto de trabalho das forças de segurança, aliado ao apoio do governador do DF. É um trabalho sério de integração. Hoje temos os melhores indicadores, no que se refere aos homicídios, foram os menores números nos últimos 42 anos. O governo pode ter tido problemas em várias áreas, mas não teve problemas na segurança pública”, CONCLUIU O CORONEL.