A Fina, entidade que rege a natação mundial, afirmou nesta sexta-feira (22) que suspendeu o medalhista de ouro olímpico russo Evgeny Rylov por nove meses após ele participar de um comício em apoio à campanha militar da Rússia na Ucrânia, em uma decisão que provocou reação irada do Kremlin e de autoridades esportivas russas.
Rylov, que ganhou o ouro nas provas de 100 e 200 metros costas nas Olimpíadas de Tóquio do ano passado, estava entre vários atletas que participaram de um grande comício no estádio Luzhniki, de Moscou, no mês passado, organizado pelo presidente Vladimir Putin.
O campeão olímpico e outros atletas usaram a letra “Z” em suas roupas, um símbolo de identificação usado pelos apoiadores do que a Rússia chama de “operação militar especial” na Ucrânia.
A Fina disse que a suspensão veio “após a presença e conduta de Rylov em um evento realizado no Estádio Luzhniki, em Moscou”.
Rylov, que também perdeu seu contrato de patrocínio com a fabricante de roupas de banho Speedo por causa de sua presença no comício, afirmou ao jornal Sport Express que seus advogados estavam revisando o caso, mas ainda não estava claro se vão recorrer da suspensão.
O Kremlin disse que a decisão da Fina mostra a “politização do esporte”.
“Acreditamos que isso é absolutamente contrário às ideias do esporte”, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, a repórteres em uma teleconferência. “Quando os mais fortes [competidores] perdem a oportunidade de competir, isso acaba prejudicando as federações internacionais e as competições internacionais”.
O ministro do Esporte da Rússia, Oleg Matytsin, declarou, segundo a agência de notícias Tass, que a suspensão de Rylov foi “discriminatória e politizada”.
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