O ano letivo na rede pública de ensino começa na próxima segunda-feira (11). A data marca o começo do modelo de gestão compartilhada, implantada inicialmente nos centros educacionais (CED) 1 da Estrutural, 3 de Sobradinho, 308 do Recanto das Emas e 7 de Ceilândia.
A gestão dessas escolas será compartilhada com a Polícia Militar e terá participação do Corpo de Bombeiros. A Secretaria de Educação ficará responsável pela parte pedagógica, enquanto os militares vão se ater à direção dos aspectos disciplinares, administrativos e das atividades de contraturno – como oferta de aulas de música, esporte, xadrez e aulas de ética e cidadania.
Embora sigam modelo próprio e distinto do que será aplicado nesses quatro centros de ensino, as escolas militares Tiradentes e Dom Pedro II servem de exemplo para o que vai vigorar no modelo de gestão compartilhada.
Confiança
Em funcionamento desde 2000, o Colégio Militar Dom Pedro II conta com 2.800 alunos, do infantil 4 ao terceiro ano do ensino médio. O centro educacional tem menos de 30% das vagas ocupadas por militares.
“Temos uma aceitação muito grande da sociedade e uma demanda reprimida que não conseguimos atender”, explica o tenente-coronel Nascimento, comandante da escola. “Isso demonstra o nível de confiança dos pais. Muitos aguardam uma oportunidade e não conseguem matricular os filhos”.
O acesso ao ensino básico e fundamental no Dom Pedro II é feito por meio de sorteio, enquanto os alunos a partir do sexto ano passam por uma prova de seleção.
“Aqui aplicamos a doutrina militar, onde prezamos pela disciplina, ordem e culto aos símbolos públicos e nacionais”, acrescenta o comandante.
Assiduidade
Já o Colégio Militar Tiradentes iniciou sua operação em 2012 com apenas três turmas do sexto ano. O crescimento fez com que a instituição tenha, hoje, aproximadamente 850 alunos, do sexto ano do ensino fundamental até o terceiro ano do ensino médio.
Segundo o próprio colégio, a taxa de frequência dos alunos é alta e as faltas representam menos de 1% ao ano, garantindo assiduidade e interesse dos discentes. As aulas ocorrem no período matutino, enquanto o turno vespertino é destinado às atividades desportivas, artísticas, de conhecimento e outras, facultativas aos alunos.
Em ambos colégios, os estudantes são condecorados pelo bom comportamento e nota nas disciplinas. Esse conjunto faz com que eles recebam os alamares e também patentes como a dos militares. No Tiradentes, pelo menos 30% dos alunos do ensino fundamental alcançam o alamar ao obterem nota acima dos 80 pontos e se destacarem por boa disciplina.
Os alunos também passam por procedimentos militares de culto aos símbolos, hinos e valores. Junto do bom ensino vêm responsabilidades, como a de auxiliar os professores na sala de aula, tarefa que é feita por meio de rodízio entre os alunos.
O militar Helenívio Seixas se diz grato ao tratamento prestado pelo colégio Tiradentes à sua filha Maria Eduarda, de 14 anos. Diagnosticada com câncer, a aluna do nono ano se beneficiou do bom ambiente para tratar a doença e, paralelamente, seguir com os estudos.
“O colégio ajudou muito no psicológico,” conta Helenívio. “Tivemos muita harmonia e carinho [de professores e alunos]. Eles têm um zelo muito grande aqui.”
Informações da Agência Brasília