No Livro “A Militarização da Burocracia: a participação militar na administração federal das comunicações e da educação“, podemos entender que os dois pilares dos governos militares são: o controle das comunicações e da educação, basta lembrarmos dos governos de Getúlio Vargas e dos governos pós 1964.

Segundo o livro:

“A militarização do Estado é entendida freqüentemente como o exercício do poder pelos militares e seus representantes, sem o fundamento da manifestação livre da cidadania. Como são antípodas a manifestação livre da cidadania e a militarização (que expressa o afastamento da democracia e a conseqüente ocupação militar do poder de Estado), os sinais mais evidentes da militarização são a repressão política, o controle da vida cultural, a supressão das liberdades, a desconsideração da diversidade, a identificação do inimigo ideológico nos movimentos sociais, o controle dos sindicatos e dos meios de comunicação, a censura etc.”[1] (OLIVEIRA apud MATHIAS, 2000:14).

Mapa dos militares: onde estão os representantes das Forças Armadas no governo Bolsonaro (clique aqui)


Representantes do Exército são maioria no governo. Militarização chega aos cargos de terceiro escalão e órgãos vinculados aos ministérios

O livro que enfoca parte importante da militarização da burocracia, com a influência direta das Forças Armadas em instâncias estatais de natureza civil (Comunicações e Educação). Expressa o destaque de tais áreas, a perspectiva gerencial e política de alguns setores militares sobre assuntos relevantes, nos quais reconheciam valor estratégico para o desenvolvimento do Estado. Demonstrada a importância fundamental da Educação e das Comunicações para o Estado no regime militar, a autora revela meandros da administração pública nesses dois Ministérios, durante um período de 27 anos. (co- edição: FAPESP)

Importante estudarmos o passado para compreendermos o presente e o futuro.

MATHIAS, Suzeley Kalil.  1964 – A militarização da burocracia: a participação militar na administração federal das comunicações e da educação, 1963-1990. São Paulo: UNESP, 2004.

[1] Eliézer Rizzo de Oliveira, in