Bolsonaro descarta ação militar contra Maduro após filho cogitar uso da força

'Tem gente divagando’, disse o presidente sobre a possibilidade de intervenção, após cúpula em Santiago, onde oito países assinaram texto de criação do Foro para o Progresso da América do Sul (Prosul), novo bloco regional

Mais uma vez um dos filhos do presidente Jair Bolsonaro causam instabilidades desnecessárias ao governo brasileiro, desta vez a confusão ocorreu no Chile, durante viagem internacional do presidente. Seu filho Eduardo, ao agir como “boneco de ventríloquo” de Trump falou algo desnecessário que fez com que Bolsonaro tivesse que desmenti-lo.

No dia em que foi criado um novo bloco regional, o Prosul, o presidente Jair Bolsonaro descartou nesta sexta-feira, 22, a possibilidade de apoiar uma intervenção militar na Venezuela. A declaração foi dada após o jornal chileno La Tercera publicar uma entrevista de seu filho, Eduardo Bolsonaro, sugerindo que “de alguma forma será necessário usar a força” contra Nicolás Maduro.

Sebastián Piñera, Mauricio Macri, Lenín Moreno, Ivan Duque, Martín Vizcarra e Jair Bolsonaro em cúpula no Chile
Sebastián Piñera, Mauricio Macri, Lenín Moreno, Ivan Duque, Martín Vizcarra e Jair Bolsonaro em cúpula no Chile Foto: AP Photo/Esteban Felix

“Ninguém quer uma guerra. A guerra é ruim, há muitas vidas perdidas, há consequências colaterais, mas Maduro não vai deixar o poder de forma pacífica. De alguma forma, será necessário usar a força, porque Maduro é um criminoso”, disse ao jornal Eduardo, que está acompanhando a visita do pai ao Chile. O presidente falou que a “ditadura” na Venezuela se fortalece na “fraqueza de Nicolás Maduro”, porque não é ele quem decide questões naquele país, mas alguns generais, narcotraficantes, milícias e cubanos.

Pouco depois, coube a Bolsonaro esclarecer a posição do governo. “Tem gente divagando, tem gente sonhando. Da nossa parte, não existe essa possibilidade”, afirmou o presidente, ao deixar o Palácio La Moneda, sede do governo chileno, onde 11 países se reuniram e 8 se comprometeram com a criação do Prosul, novo bloco regional.

Mais tarde, à imprensa brasileira, o deputado recuou e garantiu que o jornal chileno exagerou e afirmou que ele não fez nada além de repetir a posição do presidente dos EUADonald Trump. “Militarmente, está descartada (intervenção). É que o Trump fala, todas as cartas estão sobre a mesa. E todas as cartas são todas as cartas. Ninguém quer intervir militarmente”, disse Eduardo. “O presidente e os generais que estão tratando disso têm dito que não é uma opção.”

Bloco regional. Os presidentes do Brasil, Chile, Argentina, Colômbia, Equador, Paraguai e Peru assinaram na sexta-feira, 22, em Santiago, a criação do Foro para o Progresso da América do Sul (Prosul), novo bloco regional que vai substituir a União de Nações Sul-Americanas (Unasul).

Com informações do Jornal O Estado de São Paulo/Estadão.