O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, afirmou na noite desta segunda-feira (25/3) que a população do Distrito Federal está “absolutamente segura” quanto a presença do traficante Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, no Presídio Federal de Brasília.
Moro confirmou que o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), já conversou com ele a respeito de transferir o líder do PCC para outra capital, mas o ministro não parece disposto a ceder.
“É um receio um pouco exagerado”, disse Moro. “A liderança criminosa vem para um presídio de segurança máxima, onde ela fica em um sistema carcerário bastante rígido. Sem condições de, lá de dentro, controlar a atividade criminal de fora”, afirmou o ministro.
Sergio Moro lembrou que não há reclamações registradas quanto à transferência do traficante para a unidade da capital. “Existe a reclamação do governador, ela é legítima, mas o presídio de segurança máxima foi feito exatamente para isolar e absorver essas lideranças criminosas. Nós temos que utilizar os presídios federais”, concluiu.
A transferência de Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, para o Distrito Federal é “temporária”. Segundo o diretor-geral do Departamento Penitenciário Nacional (Depen), Fabiano Bordignon, a vinda do líder do Primeiro Comando da Capital (PCC) a Brasília é uma “ação estratégica” do governo federal que não acarreta risco para a população. “O Brasil precisa da união de todos, sem demonstrar fraqueza”, argumentou Bordignon, que ainda pediu a “compreensão” do GDF sobre a medida.
De acordo com Bordignon, Marcola e os demais presos serão realocados novamente, “em breve”, dentro de uma estratégia de rodízio entre os complexos justamente para desarticular as organizações criminosas. “Não é uma transferência definitiva. É estratégica”, afirmou. Nesse contexto, continuou o diretor-geral do Depen, o governo federal pede a compreensão e o apoio do DF: “Brasília não pode faltar ao Brasil”, disse, emendando que “o crime organizado não vai conseguir vencer o Estado organizado”. Bordignon não vê motivos para alarde.
“O Depen tem cinco penitenciárias federais, sendo que a mais distante das fronteiras fica em Brasília. Nós temos presos do PCC desde o ano passado. Isso não aumentou a criminalidade na região. Brasília é o lugar mais estratégico do Brasil. O alto nível dos policiais facilita a segurança, e a cidade tem um secretário de Segurança competente. Não vejo por que termos receio de um preso. Não podemos demonstrar fraqueza. São Paulo ficou com esses presos por muitos anos”, ponderou.
Ainda segundo o diretor-geral do Depen, não há histórico de fuga de presos nas penitenciárias federais. Bordignon também destacou que outras capitais mundiais têm presídios de segurança máxima. Washington (EUA), por exemplo, possui três unidades, salientou. “Brasília também tem a sede nacional da Polícia Federal”, emendou.
Informações do Portal Metrópoles.