Aumentar os recursos para identificar situações de vulnerabilidade, potencialidades e riscos de famílias de baixa renda e promover educação continuada dos trabalhadores da assistência social. Esse foi o intuito do Colóquio SituaSuas – Intervenções para uma maior proteção social, realizado na quinta (24) e na sexta-feira (25) no prédio da Fundação Oswaldo Cruz, na UnB.
Durante o encontro, foi apresentado o resultado de pesquisa para contribuir para a qualificação dos atendimentos socioassistenciais. O evento contou com a participação de cerca de 17o pessoas, entre servidores da Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes) e colaboradores de organizações da sociedade civil (OSCs).
A pesquisa Desenvolvimento e validação de instrumental e de indicadores para avaliar potencialidades, riscos e vulnerabilidades de famílias atendidas no Sistema Único de Assistência Social (Suas) foi elaborada por meio de uma parceria entre Sedes, Fiocruz-Brasília e Fundação de Apoio à Pesquisa do Distrito Federal (FAPDF), responsável pelo financiamento do projeto.
“Foram três anos de uma pesquisa conjunta que envolveu trabalhadores da assistência social de todo o país e pesquisadores da área. Os nossos colegas se sentem parte desse instrumento”, conta umas das coordenadoras do levantamento, a psicóloga Olga Jacobina, especialista em Assistência Social do Centro de Referência de Assistência Social (Cras) Guará.
“Nesse estudo, percebemos que é possível ampliar as perguntas que são feitas nos atendimentos socioassistenciais, sem focar somente na renda e na família. É importante trabalhar também, por exemplo, o território onde o indivíduo vive. Trabalhamos com cinco ‘domínios’: trabalho e renda, escolaridade, acesso a políticas públicas, convivência e aspectos da composição familiar”, destacou Olga.
“Há possibilidade de essas perguntas serem incluídas no sistema e contribuírem futuramente com os atendimentos. O balanço do Colóquio SituaSuas foi muito positivo, superou as expectativas. Essa pesquisa foi realizada com esforço de todos, especialmente profissionais que atuam na ponta”, reitera a psicóloga.
O resultado foi entregue à gestão da Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes) para análise e eventual aplicação. Ao receber o estudo, a secretária adjunta de Desenvolvimento Social, Renata Marinho O’Reilly, sinalizou que a Sedes vai formalizar e validar essa ferramenta para aplicação, fazer treinamento e preparar o sistema.
“Nós estamos aqui em um processo constante de repensar como nós prestamos a assistência social no DF, o que podemos tirar de peso do nosso servidor, especialmente nessa parte administrativa, para que ele possa utilizar a força de trabalho qualificada dele. Precisamos que eles estejam dedicados exclusivamente a usar o conhecimento técnico que eles têm para tirar as pessoas da situação de vulnerabilidade, afastar a insegurança alimentar e nutricional. Precisamos canalizar nossa força de trabalho para o potencial que ela tem. Com certeza, é um momento muito feliz para a Sedes”, comemora.
O Colóquio também contou com palestras de especialistas da área, debates e apresentação de trabalhos científicos produzidos por trabalhadores da assistência social. Foram apresentados, no total, 26 trabalhos de profissionais do Distrito Federal e de outros estados que enviaram representantes a Brasília para participar do evento.
*Com informações da Sedes