O Maracanaço de 1950 adiou que seria o primeiro título mundial do futebol brasileiro. Mas foi o combustível para o então jovem Edson Arantes do Nascimento mudar a história do esporte mais popular do planeta. Oito anos depois, Edson já era Pelé e realizou o sonho do pai Dondinho, ver o Brasil campeão do mundo.

A alcunha de rei poderia soar exagerada pra um menino de 17 anos. Questão de tempo. Em 1970, a consagração como protagonista do tricampeonato mundial da seleção. O único a vencer o mais importante torneio do futebol mundial por três vezes como atleta. Foi a coroação de uma aqui na época já brilhava também com a camisa branca do alvinegro da Vila Belmiro.

E se o hino disse “nascer, viver e nos Santos morrer, é um orgulho que nem todos podem ter”, Pelé tem lá seu papel nessa história. Chegou ao clube com 15 anos, estreou aos 16, foi bicampeão da América, bi mundial, hexa brasileiro e marcou a maior parte de seus 1.282 gols. O milésimo deles foi vestindo a camisa santista no Maracanã lotado de pênalti contra o Vasco em 1969, como narrou Fiori Gigliotti na Rádio Bandeirantes.

A carreira de Pelé perdurou até 1977 quando levou o futebol para o mais importante centro econômico do mundo, os Estados Unidos. Foi lá que se despediu dos gramados e um amistoso entre seu time, o Cosmos de Nova Iorque e o Santos.

Fora de campo, Pelé foi eleito o atleta do século pelo jornal francês L’Équipe. Foi astro de cinema, ministro do esporte Brasil.

Há quem diga que ele era de outro mundo, mas a vida as vezes é uma zagueira complicada de se enfrentar, até para os extraterrestres. Os problemas de saúde que levaram a ser internado várias vezes nos últimos anos o debilitaram. O último deles, que começou com um tumor de cólon, fez os três corações do mineiro de Edson pararem, mas não os de Pelé. Esse, como diz o filme, é eterno.