Troca na PMDF dá mais poder e mais cobrança a secretário

O secretário de Segurança Pública, Anderson Torres, cumprimenta o novo comandante: busca por nome mais alinhado ao governo Ibaneis (foto: Secretaria de Segurança Pública/Divulgação)

A Coluna Eixo Capital, da Jornalista Ana Maria Campos, do Jornal Correio Braziliense, como sempre trazendo informações importantes da política e da segurança pública. Por isso, sempre estamos disponibilizando aqui para que nossos leitores possam conhecer e ficar por dentro do que ocorre na segurança do DF. Segundo ela:

A troca de comando da Polícia Militar do DF é um sinal claro da mensagem do governador Ibaneis Rocha: o secretário de Segurança Pública, Anderson Torres, manda e não será um fantoche em meio aos dirigentes das três forças. Durante todo o processo, o governador frisou que espera a subordinação ao secretário e caberia a ele escolher o sucessor da coronel Sheyla Sampaio, que deixou o cargo justamente pelas divergências com Torres.

A mudança é uma forma de dar mais poder ao cargo, vantagem para quem deseja realizar um trabalho integrado. Também ficou nas mãos do secretário a escolha do novo comandante-geral e o nome saiu de sua própria equipe: o subsecretário de Operações Integradas, coronel Julian Rocha Pontes. Mas essa movimentação também representa uma cobrança e acarreta mais responsabilidade. Ibaneis disse à coluna que a próxima cobrança será dirigida ao titular da pasta.

Histórias inversas sobre a Rainha da Inglaterra

A frase de Arthur Trindade, ao deixar o governo Rollemberg em 2016, ficou na cabeça dos políticos e policiais da cidade até hoje. O então secretário de Segurança Pública e Paz Social deixou o cargo porque não aceitava ser a “Rainha da Inglaterra”, ou seja, tocar a pasta e a política de combate à criminalidade sem comandar as forças de segurança.

O governador Ibaneis Rocha usou o mesmo discurso para afastar a coronel Sheyla Sampaio, mas no caminho inverso de Rodrigo Rollemberg que, na época, manteve o então comandante-geral da PM, Coronel Florisvaldo César, e perdeu Trindade.

Subordinação

O novo comandante-geral da PM, coronel Julian Rocha Pontes, exercia a função de subsecretário de Operações Integradas da Secretaria de Segurança. Parte da crise na gestão de Arthur Trindade com a PM ocorreu justamente porque o então comandante-geral, Coronel Florisvaldo César, queria indicar o responsável pela área de operações integradas da pasta. Agora Ibaneis fez o contrário: deixou o secretário escolher o comandante-geral.

Ô inveja…

Arthur Trindade comentou ontem a crise na Polícia Militar do DF. “A Coronel Sheyla Sampaio integra um grupo de oficiais que acham que a polícia não deve se submeter à Secretaria de Segurança. Desnecessário dizer que concordo com o governador (Ibaneis) e com o secretário (Anderson Torres)”.

Longe do consenso

Mas Sheyla Sampaio estava longe de ser unanimidade na Polícia Militar. Apontada como boa comandante por um grupo de coronéis, era criticada por outro, especialmente de turmas mais antigas.

Solução rápida para a crise

O secretário de Segurança Pública, Anderson Torres, foi aconselhado a escolher rapidamente um sucessor ou sucessora para a coronel Sheyla Sampaio, especialmente depois que a oficial divulgou uma mensagem aos colegas criticando o compartilhamento do Hospital da PM com outras forças, a falta de proposta de recomposição salarial para a categoria e a submissão à Secretaria de Segurança.

A hora da Polícia Civil

O episódio da troca de comando da PM deixou policiais militares com a sensação de que, neste governo, a Polícia Civil tem mais protagonismo. O grupo de Sheyla Sampaio acredita que havia policiais civis incomodados com a gestão da coronel.

Informações do Jornal Correio Braziliense

Saiba mais:

https://policiamentointeligente.com/arthur-trindade-no-df-secretario-de-seguranca-e-a-rainha-da-inglaterra/