A raiva é uma doença infecciosa que acomete mamíferos silvestres e domésticos, inclusive os pets que tanto amamos. A doença também pode ser transmitida aos humanos por mordidas, lambidas e arranhões de animais infectados. Como a chance de óbito é de quase 100%, uma das medidas mais importantes no combate ao vírus é a campanha anual de vacinação em cães e gatos. Além de imunizar os bichinhos, também evita a contaminação de seus tutores.

Na semana passada, foi inaugurado mais um ponto fixo de vacinação no Distrito Federal. Localizado na Administração Regional do Cruzeiro, o local atenderá a população da região central de segunda a sexta, das 9h às 16h. A unidade é administrada pela Diretoria de Vigilância Ambiental em Saúde (Dival), da Secretaria de Saúde (SES).

O subsecretário de Vigilância em Saúde, Divino Valero, explica que, além da vacinação, a equipe oferecerá serviços de ouvidoria e orientações sobre medidas de prevenção e controle dos fatores de risco, inclusive sobre a presença e infestação de insetos peçonhentos e animais transmissores de doenças ou agravos.

O comerciante Alexandre Ferreira estreou a primeira seringa do ponto. Acompanhado dos cães Presente e Maximus, ele destacou a importância da imunização: “É uma atenção que todos precisamos ter para o cuidado dos pets, que se tornam como filhos para nós, e da população, para evitar novos casos”. A preocupação é tanta que Alexandre também está divulgando a ação para seus amigos e conhecidos.

Raiva humana

Caracterizado por sintomas neurológicos em animais e seres humanos, o vírus da raiva se propaga a partir do local da lesão, ataca o sistema nervoso e, em seguida, diferentes órgãos. Animais como morcegos, macacos, cavalos, gado, lobos, gatos, cães silvestres e domésticos podem ser contaminados e transmitir a doença por meio da saliva.

Por isso, é importante não tocar em animais silvestres, desconhecidos, estranhos, feridos ou doentes; não perturbar animais quando estiverem comendo, bebendo ou dormindo; não deixar o animal solto na rua e usar a guia ao sair; entre outras recomendações.

Além disso, é preciso ficar atento aos sintomas: cães e gatos contaminados podem tornar-se agressivos ou tristes; passam a recusar alimento ou água; ficam de boca aberta, com muita salivação e sem coordenação motora.

Prevenção

No Distrito Federal, foram registrados apenas dois casos de raiva humana desde 1978. O número reduzido de incidências se deve ao trabalho ampliado de prevenção instituído pela SES, como a vacinação anual de cães e gatos, a profilaxia de pessoas agredidas por animais suspeitos, a pesquisa de raiva em animais suspeitos e a profilaxia de profissionais que exercem profissão de risco.

Desde 1973, é realizada uma campanha anual contra a raiva em cães e gatos, com equipes mobilizadas e postos de imunização temporários espalhados por todo o DF. São 15 pontos fixos nas regiões de saúde, que atendem diariamente, sem agendamento prévio. Confira aqui as salas fixas de vacinação para cães e gatos.

No posto da Administração do Cruzeiro, Jackie recebeu a vacina sem chorar, apesar da preocupação de sua tutora. A enfermeira e estudante Marianna de Fátima levou o cãozinho assim que soube da abertura do espaço. “Eu já fui mordida e precisei procurar uma unidade básica de saúde [UBS] para fazer o tratamento pós-exposição. Então, sempre faço questão de atualizar as vacinas do Jackie, pela segurança dele e pela minha também”, explicou a jovem.

O tratamento mencionado por Marianna é o de profilaxia pós-exposição, no qual a ferida é avaliada pelos profissionais de saúde e, de acordo com as características do ferimento e do animal envolvido, são indicados os cuidados.

Também existe a profilaxia pré-exposição, em que a vacina é indicada para pessoas com risco de exposição permanente ao vírus, como veterinários, estudantes de medicina veterinária, pesquisadores, servidores de zoológicos, entre outros. Para receber a imunização, basta procurar a sua UBS de referência e apresentar comprovante de atividade ocupacional de risco.

Confira os locais e horários de atendimento para a profilaxia da raiva humana pós-exposição e as unidades que fazem aplicação de vacina e imunoglobulina antirrábica humana.

Fui mordido! E agora?

Em casos de agressão por animal, conhecido ou não, é recomendado lavar imediatamente o ferimento com água e sabão. Em seguida, é preciso procurar sua UBS mais próxima e explicar o ocorrido. Os profissionais de saúde avaliarão a necessidade de profilaxia antirrábica e, se for o caso, iniciarão o tratamento.

Se encontrar animais suspeitos ou carcaças abandonadas, acione a Vigilância Ambiental para recolhimento e análise pelo telefone 2017-1342 ou pelo e-mail zoonosesdf@gmail.com.

*Com informações da Secretaria de Saúde

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Fonte: Agência Brasília