Plano terá mecanismos de detecção, prevenção e combate a fraudes e desvios éticos; ação vai capacitar servidores e estabelecer diretrizes



Rosário (à dir) destaca que um dos principais objetivos é conscientizar os servidores sobre a importância de gerir riscos de integridade

O Governo de SP lançou nesta quarta-feira (3) o Radar Anticorrupção. O programa prevê uma série de medidas para aprimorar os mecanismos de detecção, prevenção e combate à corrupção, fraudes e desvios éticos na administração estadual.

Entre os decretos assinados pelo governador Tarcísio de Freitas e o Controlador Geral do Estado, Wagner Rosário, estão os que criam o Plano Estadual Anticorrupção, o Plano Estadual de Promoção da Integridade e o Comitê de Combate à Corrupção.

Outra ação foi uma resolução conjunta entre a Controladoria Geral do Estado (CGE) e a Procuradoria Geral do Estado (PGE) que estabelece regras para acordos de leniência para empresas envolvidas em atividades ilícitas.

Rosário destaca que um dos principais objetivos é conscientizar os servidores sobre a importância de gerir riscos de integridade.

“Nós temos um campo amplo de trabalho de conscientização. Muitas vezes, o Estado não consegue conscientizar o servidor que ele é parte do sistema anticorrupção. Ele é o ser que tem que denunciar irregularidades, pois esta é uma de suas obrigações funcionais. Uma boa parte não conhece os mecanismos que podem ajudar a lutar contra a corrupção, desconhecem se seu órgão tem um programa de integridade. Então, isso nos leva a crer que precisamos de um trabalho grande de conscientização e capacitação”, afirma.

Uma pesquisa interna realizada pela CGE com mais de 17 mil servidores detectou que, embora a maioria afirme que já ouviu falar sobre integridade, 88% nunca tomaram conhecimento de alguma campanha de conscientização sobre o tema. Além disso, 65,5% não conhecem o canal apropriado para fazer uma denúncia.

Rosário diz ainda que o objetivo do Plano Anticorrupção é estabelecer normas que definam o que é e o que não é permitido, de forma que o servidor tenha clareza quanto à adoção de comportamentos íntegros no serviço público.

“Hoje, o Estado não tem normas sobre nepotismo ou conflitos de interesses. Então, é preciso criar uma norma deixando isso bem claro. Sem uma definição clara, as pessoas não vão saber se elas estão atuando de forma correta ou não. Além disso, eu preciso dar suporte para que essa norma funcione. Você precisa ter governança e um suporte técnico de um sistema que receba, filtre e traga essas informações de maneira estratégica”, explica.

O Plano Estadual de Promoção da Integridade também prevê princípios e diretrizes que serão aplicados pela administração paulista para que cada órgão da gestão estadual estabeleça seus próprios núcleos de integridade.

“O decreto é uma ordem do governador para que todos implementem diretrizes e a gestão de riscos em seus processos. A CGE será a grande orientadora, ela vai ser o órgão central que editará normas e resoluções que guiarão a implementação dos programas dentro de cada órgão ou entidade”, completa.

Fonte: Governo do Estado de São Paulo