Trabalhar com cães em operações policiais exige dedicação, treinamento e muito esforço. Boa parte deles são treinados antes mesmo dos agentes condutores. Por isso, a Polícia Civil realiza, até a próxima sexta-feira (18/10), a 1ª instrução de detecção de Cães do Canil da Divisão de Operações Especiais (DOE) da Polícia Civil.
Por quatro semanas, alunos da instituição e de mais nove órgãos estão se preparando com técnicas americanas adaptadas e aplicadas em operações policiais no Distrito Federal. Os aprovados receberão certificados durante a formatura na sede da Polícia Civil do Distrito Federal. Até o fim do curso, os alunos farão cinco testes, incluindo físico e teórico. Serão aceitos aqueles que tiverem aproveitamento em todos eles.
Um dos coordenadores do curso e chefe da seção da cinofilia da Polícia Civil, Sanlac Machado, explicou que o objetivo é formar condutores. No entanto, a corporação treinou, também, três cães levados por outras instituições. Ele ressaltou que qualquer cão pode ser treinado durante a instrução, mas para a atividade policial, o pastor alemão é a raça mais indicada.
“É a raça que desempenha melhor esta atividade. Eles suportam melhor as mudanças climáticas, o tempo de atuação, situações de estresse, diferentes temperaturas. Mas é a preferência, não quer dizer que outras raças não possam ser utilizadas”, afirmou Sanlac.
Dos 20 alunos participantes, oito são policiais civis. Os demais são das polícias Federal, Rodoviária Federal e Legislativa do Senado e Câmara Federal, Departamento Penitenciário Nacional (Depen), da Subsecretaria do Sistema Penitenciário do Distrito Federal (Sesipe), do Ministério da Agricultura e da Marinha do Brasil.
“Fizemos uma seleção entre nossos policiais. Quarenta e três se candidataram e oito foram escolhidos. Os demais órgãos solicitaram as vagas ao saberem do curso e fizeram as escolhas dentro da necessidade de cada um”, completou o chefe da Seção de Cinofilia.
Atualmente, há sete cães no canil da DOE. Cinco deles participam das operações solicitadas pelas delegacias. “Entre maio e julho, fizemos a demonstração de nosso trabalho em todas as delegacias do Distrito Federal. Apresentamos ao colegas como solicitar o apoio da nossa unidade e como podemos contribuir”, disse Sanlac.
A atividade é relativamente nova. Há dois anos, os cães passaram a participar das operações na capital. Mas, de acordo com o coordenador, este é um dos focos da direção do órgão. “Queremos ampliar nossa atuação e a direção da PCDF está investindo nisso”.
Atuação dos cães
O treinamento dos cães é feito com uso de caixas com os odores que eles deverão identificar nas buscas. “Colocamos bolas de brincar com eles em caixas de madeiras com diferentes odores cada uma, como de entorpecentes, armas e munição. Eles aprendem que, ao encontrar aquele odor, ganharão a bolinha para brincar. Portanto, para os cães, a atuação é encarada como uma brincadeira”, explicou o agente da Polícia Civil Ricardo Santos.
Segundo a corporação, os cães passam por cuidados diários. Além de um dos policiais que atua no canil ser veterinário, eles contam com treinadores, cuidadores e uma rede de clínicas que podem atendê-los, caso necessário. “Eles têm horário para as brincadeiras, nadam aos finais de semana no Lago Paranoá. São nossos policiais amigos, nossos parceiros de trabalho”, completou Ricardo.
Informações do Jornal Correio Braziliense