Durante todo o dia os grupos de discussões envolvendo policiais militares e bombeiros, nas redes sociais, estiveram a todo vapor, após matérias reverberando a entrevista do Secretário de Segurança Pública do DF ao Portal Metrópoles muitos reclamavam da inclusão do auxílio moradia no somatório do percentual do “reajuste”. “Para muitos o governo está computando, como se estivesse dando algo que já existe em seus contracheques”, afirmou um policial que não quis ser identificado.
Durante entrevista o Secretário afirmou que, inicialmente, a incorporação do auxílio-moradia seria toda na primeira parcela, mas para evitar redução salarial dos militares isso ocorrerá a conta gotas.
“A fórmula que o governo encontrou, até por ideia de alguns militares que nos ajudaram, foi exatamente não incorporar o auxílio-moradia de uma vez”, contou Anderson Torres.
A incorporação gradual seria distribuída entre as seis parcelas do reajuste. “Agora, a gente tem que ser honesto. Não é à toa que esse auxílio-moradia foi questionado no Tribunal de Contas da União e estava à beira de se perder. Nós estamos corrigindo um problema, criado por governos anteriores”, pontuou o secretário.
Nós estamos resolvendo isso de forma definitiva. O policial vai ter isso [o auxílio] dentro do salário. Vai levar para onde ele for, para a reserva, a inatividade. ANDERSON TORRES, SECRETÁRIO DE SEGURANÇA
Os percentuais ainda estão na fase de cálculos. Segundo Torres, uma das principais alterações no projeto é a antecipação de percentuais maiores do reajuste para as primeiras parcelas. Inicialmente, as taxas estavam dispersas nas seis parcelas, e o aumento real só seria sentido após três anos.
São seis pagamentos de aumento. Cada um, com aproximadamente 5%. “O que foi pedido foi assim: puxa 7% para a primeira e deixa uma com 3%, lá na frente. Porque aí não tem redução salarial. Mas não é aumentar a proposta”, explicou o secretário.
“O reajuste é um compromisso do governador Ibaneis Rocha (MDB). É um reajuste alto para um GDF que já vem passando por dificuldades financeiras”, afirmou Anderson Torres.
O grande impasse entre as Corporações e o governo está no percentual fictício de 37% de reajuste, semelhante ao que poderá ser dado a PCDF. Na prática, os reajustes giram por volta de 30% para Policiais Militares e Bombeiros, mas já incluindo o auxílio moradia, que já é pago há alguns aos militares. Retirando esses valores, referente ao moradia, os percentuais destoam bastante do que será concedido aos policiais civis. Nos bastidores o embate continua. A grande questão é se ainda dará tempo de ser votado no Congresso Nacional antes do recesso parlamentar.