Comemorado em 5 de junho, o dia mundial do meio ambiente foi tema de sessão solene realizada nesta terça-feira (4) no auditório da CLDF. A homenagem é de iniciativa do deputado João Cardoso (Avante) e reuniu especialistas em meio ambiente, agentes públicos e representantes da iniciativa privada para discutir os impactos da ação humana nos desastres ambientais, formas de preservação dos biomas e a necessidade de conscientização para o equilíbrio do clima.

Cardoso mencionou iniciativas apresentadas por seu mandato ligadas à preservação do meio ambiente. Uma delas é a lei nº 7122/2022, que determinou que a coleta de resíduos sólidos seja feita no interior dos condomínios de forma individual, por unidade imobiliária, pelas empresas contratadas pelo SLU, cooperativas e/ou associações de catadores.

Outra norma aprovada foi a lei nº 6995/2021, que criou o Parque Ecológico Mangueiral na Região Administrativa Jardim Botânico. Já a lei nº 6400/2019 cria o programa distrital de incentivo ao ciclismo nas unidades de conservação do DF. “Nós temos sessa responsabilidade ecológica, espero que nossas ações possam deixar um legado de desenvolvimento sustentável a todas as gerações”, declarou.

O parlamentar aproveitou a oportunidade para cobrar a nomeação de 61 auditores fiscais aprovados no último concurso do Instituto Brasília Ambiental (IBRAM), órgão do qual também faz parte.

 

Preservação

Especialistas debateram sobre a relação da atividade humana com desastras climáticos recentes como as cheias no Rio Grande do Sul e as fortes chuvas que alagaram vários pontos de Brasília em fevereiro. Para Ivo Poletto, representante do Fórum de Mudanças Climáticas, o dia do meio ambiente merece ser celebrado, mas a data deve servir, acima de tudo, como momento de reflexão.

 

 

Para o pesquisador, a ocupação urbana desordenada e a degradação de pastagens e leitos de rios são fatores intrinsecamente ligados aos desastres ambientais como o que vem afetando a população gaúcha. “As práticas desordenadas da espécie humana estão provocando esses desequilíbrios climáticos”, afirmou.

Raimundo Ribeiro, que preside a Agência Reguladora de Águas e Saneamento Básico (ADASA), lembra que eventos devastadores estão ocorrendo em todo mundo e em intervalos cada vez mais curtos e alertou para a necessidade de uma conscientização para o remodelamento da ocupação urbana. “Se nada for feito, tragédias como a que ocorre no RS vão continuar acontecendo”, pontuou.

 

Governo elenca ações
 

Na reunião, foi anunciada a inauguração da primeira usina fotovoltaica pública, obra do GDF que passa a funcionar nesta quarta-feira (5). Quem fez o comunicado foi representante da Secretaria do Meio Ambiente e Proteção Animal do DF (SEMA/DF) Renato Santana, que destacou que o projeto vai fornecer energia elétrica a prédios públicos do GDF, com escolas e unidades de saúde.

O representante da SEMA destacou a importância de se pensar a responsabilidade pela preservação do meio ambiente de forma integrada entre os diversos agentes públicos e privados. “A proteção [ambiental] não vai acontecer com o executivo agindo sozinho, mas só governo e legislativo andarem de braços dados e, sobretudo, com a participação da sociedade civil organizada, que é quem tem o senso de mundo real”, afirmou.

Outra iniciativa em curso mencionada foi a atuação do projeto Pró-Águas Cerrado, que visa garantir o desenvolvimento rural aliado ao fortalecimento dos serviços ecossistêmicos, assegurando a produção agrícola e pecuária de forma sustentável e com maior rentabilidade para o produtor rural.

Rafael Bueno, que chefia a Secretaria de Agricultura, Abastecimento e Desenvolvimento Rural do DF, afirmou que a iniciativa é uma excelente aliada na redução dos impactos ambientais relacionados à produção rural e que ajuda a recompor o bioma do cerrado, incluindo suas nascentes de água e seu solo. Ele também defendeu o reconhecimento do setor agrícola como forte aliado na preservação das nascentes e da vegetação. “A agricultura é a atividade que mais contribui para o meio-ambiente no Brasil”, pontuou.

Na mesma linha falou o presidente da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (EMATER/DF), Cleison Duval, que afirmou que a entidade vem realizando junto aos produtores rurais de Brasília uma política de conscientização e controle da utilização da água dos rios para o plantio de lavouras. Para ele, o produtor tem muito a contribuir com a preservação, uma vez que sua atividade depende de um equilíbrio climático e ambiental. “Agricultura sempre foi parceira do meio ambiente – nosso produtor rural é responsável pela proteção do meio ambiente e das águas”, justificou.

 

A sessão exibiu ações também da iniciativa privada que auxiliam o controle climático e a preservação dos biomas, em especial o do cerrado brasileiro. A reunião teve transmissão ao vivo pela TV Distrital e pelo canal de YouTube da Casa.

Fonte: Agência CLDF