Os principais alvos desta fase da operação são Washington Reis (MDB), secretário estadual de Transportes do Rio de Janeiro e ex-prefeito de Duque de Caxias, e Célia Serrano, secretária de Saúde de Duque de Caxias. Ambos são suspeitos de facilitar a inserção de dados falsos de vacinação contra a Covid-19 nos sistemas do Programa Nacional de Imunizações (SI-PNI) e da Rede Nacional de Dados em Saúde (RNDS), geridos pelo Ministério da Saúde.

Primeira Fase da Operação

A primeira fase da Operação Venire, realizada em maio de 2023, revelou a existência de uma associação criminosa que inseriu dados falsos de vacinação nos sistemas SI-PNI e RNDS. O objetivo da fraude era beneficiar diversas pessoas próximas ao ex-presidente Bolsonaro. As inserções falsas permitiram a emissão de certificados de vacinação fraudulentos, utilizados para burlar restrições sanitárias no Brasil e nos Estados Unidos.

Decisão de Alexandre de Moraes

Em decisão datada de 28 de abril, o ministro do STF Alexandre de Moraes destacou que as inserções fraudulentas alteraram a condição de imunização contra a Covid-19 dos beneficiários, permitindo que emitirem certificados de vacinação falsos para evitar restrições sanitárias.

Falsificação Identificada

A PF identificou a emissão de carteiras de vacinação falsificadas pelas secretarias de Saúde do Estado de Goiás e do município de Duque de Caxias. No caso do Rio de Janeiro, a falsificação beneficiou Gabriela Santiago Ribeiro Cid, esposa do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.

Envolvimento de Mauro Cid e Outros

As investigações apontaram que Mauro Cid procurou alternativas para confeccionar certificados físicos de vacinação para sua esposa e Luis Marcos dos Reis, então integrante da Ajudância de Ordens da Presidência da República. A fraude também envolveu tentativas de incorporar o médico Farley Vinicius Alcantara, sobrinho de Luis Marcos dos Reis, e o militar Eduardo Crespo Alves, que tentou inserir dados falsos no sistema por meio de uma terceira pessoa não identificada.

Ação Contra Bolsonaro

Na primeira fase da operação, policiais federais cumpriram um mandado de busca e apreensão na residência de Jair Bolsonaro, no Jardim Botânico, em Brasília, onde apreenderam o celular do ex-presidente. A PF suspeita que Mauro Cid tenha realizado a inserção de dados falsos no sistema, permitindo a emissão de certificados de vacinação no aplicativo ConecteSUS um dia após a manipulação dos dados.

A investigação prossegue, buscando identificar todos os envolvidos e assegurar a integridade dos sistemas de saúde pública, reforçando a confiança nas políticas de vacinação no país.