O presidente Jair Bolsonaro admitiu nesta quinta-feira que poderá recriar o Ministério da Segurança. Segundo ele, há setores da sociedade que defendem a estrutura, assim como o presidente da Câmara, Rodrigo Maia. Hoje, a área está integrada ao Ministério da Justiça, comandado por Sergio Moro.
“Isso [recriação do ministério] é estudado, estudado com Moro. Lógico que o Moro deve ser contra, né? Estudado com os demais ministros. O Rodrigo Maia é favorável à criação da Segurança, acredito que a comissão de segurança pública, como trabalhou no passado, também seja favorável”, argumentou.
Questionado sobre o futuro de Moro, Bolsonaro afirmou:
“Se for criado [o novo ministério], daí ele fica na Justiça. O que era inicialmente. Tanto é que, quando ele foi convidado, não existia ainda essa modulação de fundir com o Ministério da Segurança”.
Na última quarta-feira, o presidente prometeu estudar a recriação do Ministério da Segurança Pública, um pleito trazido a ele por secretários estaduais da área. No encontro de ontem, os secretários pediram ainda a isenção de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para materiais de segurança, o bloqueio de celulares em presídios e o descontingenciamento de recursos do Fundo Nacional de Segurança Pública.
O ministério da Segurança Pública passou a existir em 2018, nos últimos meses do governo Michel Temer, até ser extinto quando Bolsonaro assumiu.
Um eventual desmembramento da pasta de Moro enfraqueceria ainda mais a posição do ex-juiz da Operação Lava-Jato no governo. No ano passado, ele já perdeu o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), por decisão do Congresso Nacional. O órgão foi posteriormente realocado no Banco Central, por iniciativa de Bolsonaro.
Ontem, Moro não quis comentar as declarações. Mas auxiliares do ministro negam que o tema esteja em discussão. A fala de Bolsonaro foi vista no Ministério da Justiça como “apenas” uma promessa do presidente de que iria estudar a questão.
Informações do Site Valor Econômico