A Câmara Legislativa do Distrito Federal realizou sessão solene na manhã desta sexta-feira (18) para comemorar o Dia do Médico. A iniciativa partiu do deputado distrital Gabriel Magno (PT), que fez uma defesa da valorização da profissão e do Sistema Único de Saúde (SUS). “Os médicos precisam de carreira, de valorização, de condição de trabalho, de um bom salário e de um plano para permanecer no sistema público. O SUS é a maior conquista democrática e civilizatória da Constituição de 1988 e a principal política de proteção social do estado brasileiro. Parabéns aos médicos e médicas e viva o SUS”, afirmou o parlamentar durante a solenidade. 

O presidente do Sindicato dos Médicos do Distrito Federal (SindMédico-DF), Marcos Gutemberg, saudou os colegas pelo dia e cobrou mais valorização da categoria. “Há uma política reiterada de precarização do nosso sistema público de saúde. No dia 16 de janeiro de 2019 o GDF enviou um projeto de lei para esta Casa colocando a carreira dos servidores do então Instituto Hospital de Base em extinção. A intenção deste governo de extinguir o nosso sistema público de saúde não é de agora, vem desde o primeiro dia de governo. O sindicato dos médicos teve que ir às ruas para evitar que esse PL fosse protocolado”, contou.

O sindicalista também criticou a política de saúde do GDF. “Terceirizou-se a anestesia e não funcionou, pois as cirurgias continuam suspensas. Há precarização na pediatria. Os desafios são enormes. Mas apesar de tudo isso, a medicina é uma grande profissão e todos temos muito orgulho de sermos médicos”, afirmou. 
 

 

A deputada distrital Dayse Amarilio (PSB) também criticou a gestão da saúde do Governo do Distrito Federal. “A dengue já está de volta e já estão dizendo que vão terceirizar o horário de 19h às 22h na atenção primária. Isso é política deste governo, mas nós não vamos deixar e vamos resistir. E tem que ser uma resistência não só de seis deputados, mas dos médicos do DF. Temos que falar para os pacientes o que vai acontecer se esse câncer que é o IGES tomar conta de tudo”, alertou a deputada. 

Rogério Nóbrega, diretor de planejamento da Associação Médica de Brasília (AMBR), defendeu a valorização dos médicos do SUS. “Se não houver a garantia de uma carreira para o médico, como que o médico vai se inserir na comunidade? A troca de médicos para a comunidade não é boa. Vejam o que aconteceu com a terceirização do transplante de órgãos no Rio de Janeiro. A empresa privada visa somente o lucro”, observou. 

 

A presidente do Conselho Regional de Medicina do DF (CRM), Lívia Vanessa Ribeiro Gomes Pansera, destacou a falta de profissionais de medicina na rede pública do DF. “Houve um crescimento de 80% no número de médicos no DF desde 2010, o que totaliza mais de 18 mil médicos em atividade. Isso significa uma densidade de 6,31 médicos para cada 1000 habitantes, o que é o dobro da média nacional. Apesar disso, a rede pública ainda sofre com a falta de especialistas e falta de condições dignas de trabalho, uma realidade que tem sido recorrente na maioria das unidades. Há falta de recursos humanos em todas as áreas da saúde. O profissional de saúde não pode ser visto como custo, mas sim como investimento. Na rede privada a situação também é preocupante. Há precarização das condições de trabalho, contratos instáveis, ausência de férias e direitos”, criticou. 

Fonte: Agência CLDF