Policiais e Bombeiros da Paraíba param atividades por 12 horas

Serão mantidos apenas os atendimentos de urgência. Na Capital, após as 12h, todas as ocorrências serão registradas pela Central de Flagrantes

O Fórum das Entidades das Polícias Civil, Militar e Corpo de Bombeiros anunciou uma paralisação com duração de 12 horas nesta quarta-feira (19), a partir do meio-dia, envolvendo as atividades das três categorias.

Conforme decisão do Fórum, serão mantidos apenas os atendimentos de urgência. Na Capital, após as 12h, todas as ocorrências serão registradas pela Central de Flagrantes, na Central de Polícia Civil de João Pessoa. Bombeiros também só atenderão casos urgentes.

Segundo o Sindicato dos Servidores da Polícia Civil do Estado da Paraíba (Sindspol), está marcada uma assembleia geral unificada para as 12 horas desta quarta para decidir os próximos passos do movimento.

Ainda conforme o Sindspol, em documento encaminhado à imprensa, o Fórum informa que o Governo do Estado havia prometido apresentar uma contraproposta salarial nessa terça-feira (18), mas pediu um novo prazo, que foi rejeitado pelos representantes dos profissionais da Segurança.

“O pedido de novo prazo, com todo respeito, não nos parece razoável, uma vez que desde maio de 2019 estamos aguardando uma posição do Governo e, apesar de todas solicitações de prazo terem sido atendidas pelo Fórum, o próprio Governador garantiu, na última sexta-feira (14), que teríamos uma resposta definitiva do Governo, o que infelizmente não ocorreu”, diz nota da entidade representativa.

A Secretaria de Segurança e da Defesa Social (Sesds) da Paraíba, por meio de sua assessoria de imprensa, informou que, até a publicação desta matéria, a Pasta não foi notificada sobre a paralisação. “Vamos seguir o planejamento operacional já traçado para as prévias”, disse, referindo-se ao esquema de segurança montado para o período pré-carnavalesco.

Greve branca

Policiais civis e militares da Paraíba não chegaram a um acordo sobre reajuste salarial e decretaram greve branca, que consiste numa redução de 5% nas atividades. A decisão ocorreu por meio de assembleia da categoria realizada no último dia 5, em João Pessoa.

O Governo do Estado ofereceu pagar 30% da bolsa desempenho, a partir de 2021, até 2025, em 60 parcelas, mas a categoria não aceitou, alegando que só representaria R$ 5 a mais nos salários de agentes e soldados.

A ameaça de greve geral continua aberta caso o governo não conceda reajuste maior que os 5% estabelecidos para todos os servidores públicos do Estado, exceto professores que tiveram 12,84%.

Esquema de segurança para Muriçocas do Miramar

De acordo com o plano já divulgado pela Secretaria de Segurança, o bloco ‘Muriçocas do Miramar’, considerado o de maior concentração de pessoas durante as prévias carnavalescas da capital paraibana, terá pelo menos 920 policiais da Polícia Militar, da Polícia Civil e do Corpo de Bombeiros Militar empregados para a segurança da festa.

O reforço faz parte de um planejamento operacional que envolve os três órgãos operativos e também o Departamento Estadual de Trânsito (Detran).

Relato de um policial

De acordo com um policial que preferiu não se identificar, os militares da ativa ficam impedidos de realizar qualquer movimento grevista, temendo algum tipo de represália, visto que o comando geral da PM é escolhido pelo governador do estado, ou seja, um cargo que age de forma política, impedindo, nas entrelinhas, que a classe prejudique o andamento do mandato do governante.

“Enquanto o comandante geral for escolhido pelo Governo do Estado, a Polícia Militar não para. Mesmo que algum policial que estiver na ativa queira parar, não o faz, pois sabe que será prejudicado pelo regulamento arcaico do militarismo. Notícias (de greve) vão ter muitas, mas a realidade é essa”, afirmou.

Informações do Site Portal Correio