O Solidariedade decidiu expulsar o vereador de Sobral (CE) Sargento Ailton, apontado como um dos líderes do movimento paredista de policiais militares que resultou em dois disparos de arma de fogo contra o senador Cid Gomes (PDT-CE).
“O Solidariedade mantém sólidas bases democráticas e não permite que seus filiados tomem frente de ações que podem prejudicar a população. É inadmissível que um membro de nosso partido participe de ações que obriguem comerciantes fecharem suas portas e que acabe em um senador da República baleado”, justificou o partido.
Além dos tiros contra o senador, os policiais amotinados saíram pelas ruas da cidade mascarados, usando carros oficiais, dizendo aos comerciantes que eles deveriam fechar suas portas.
A decisão de expulsar o Sargento Ailton foi tomada em conjunto pelas direções estadual e nacional do partido. O presidente nacional do Solidariedade, Paulinho da Força, foi candidato a vice na chapa de Ciro Gomes, irmão de Cid, na eleição presidencial de 2002.
Na nota em que comunica a expulsão do vereador, o Solidariedade compara a ação dos policiais amotinados à de milícias e alerta para o risco de que o modelo pode se espalhar pelo restante do país.
“Nós não trabalhamos com militância do terror que causam a depredação do patrimônio de pessoas e não podemos aceitar que policiais e agentes públicos, encapuzados e armados como milicianos, levem o terrorismo às ruas. Hoje vemos em diversos estados essas milícias que agem como bandidos e criam suas próprias leis”, diz o partido.
“Eu saio (para as eleições) por outro partido”, disse ao Estado Sargento Ailton, que informou ainda não saber da expulsão. “Como saiu que eu era ‘bolsonariano’, e o Solidariedade apoia o João Doria (governador de São Paulo, do PSDB), quiseram me expulsar”, afirmou o ex-PM. Como ele é vereador, ele não perde o mandato com a expulsão.
Leia a íntegra da nota do Solidariedade:
A direção nacional do Solidariedade, junto do diretório estadual do partido no Ceará, vêm a público anunciar a expulsão do vereador Sargento Ailton do partido. O parlamentar foi flagrado como um dos líderes do motim de policiais que causaram o confronto e baleou o senador Cid Gomes.
Essa decisão, tomada em conjunto com o deputado federal e presidente nacional do Solidariedade, Paulinho da Força, e o presidente estadual do partido, deputado federal Genecias Noronha, vem mostrar que não compactuamos com ações que violentem e agridem a democracia.
O Solidariedade mantém sólidas bases democráticas e não permite que seus filiados tomem frente de ações que podem prejudicar a população. É inadmissível que um membro de nosso partido participe de ações que obriguem comerciantes fecharem suas portas e que acabe em um senador da República baleado.
Reiteramos que nosso compromisso sempre foi com a paz e o progresso do Brasil. O Solidariedade não aceita esse desvio de conduta e aplicou a sanção devida, tendo como base a gravidade da infração.
Nós não trabalhamos com militância do terror que causam a depredação do patrimônio de pessoas e não podemos aceitar que policiais e agentes públicos, encapuzados e armados como milicianos, levem o terrorismo às ruas.
Hoje vemos em diversos estados essas milícias que agem como bandidos e criam suas próprias leis. A população fica perdida sem saber quem são os marginais nesta crescente onda de violência promovida por agentes públicos fora da lei.
A decisão é de caráter irrevogável. Continuaremos trabalhando para que a paz volte a reinar no Ceará e reiteramos que não admitimos que um de nossos militantes participe desse tipo de balbúrdia que atinge diretamente a população.
Paulinho da Força
Presidente Nacional do Solidariedade e deputado federal
Genecias Noronha
Presidente do Solidariedade/CE e deputado federal
Da redação do Policiamento Inteligente com informações do Jornal O Estado de São Paulo/Estadão.