Entra em fase de audiências públicas e coleta de sugestões da população o projeto de construção nas vias W3 Sul e W3 Norte do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT). Para tornar realidade uma promessa antiga na cidade, o Governo do Distrito Federal (GDF) preparou um estudo que vai modernizar e melhorar o transporte público em uma das vias mais tradicionais da região central do Plano Piloto.
A proposta é manter uma faixa exclusiva de 22 quilômetros de extensão para circulação dos trens que ligarão o final da Asa Norte ao Aeroporto Internacional Presidente Juscelino Kubitscheck. A linha ocupará as faixas de cada pista da W3 próximas ao canteiro central, que será reformulado. As outras duas ficarão reservadas aos veículos particulares.
Ao longo das Asas Norte e Sul serão construídas 24 estações do transporte, além de quatro entre o final da W3 Sul e o terminal aeroviário. Um sistema de sinalização inteligente dará livre tráfego ao transporte, sem parada em semáforos.
Nesta semana, o projeto foi apresentado ao governador Ibaneis Rocha e parte do secretariado pelo secretário de Transporte e Mobilidade, Valter Casimiro. “Vamos desafogar o tráfego de ônibus e dar uma cara nova e mais moderna a W3, que passará por um processo de merecida e aguardada revitalização”, ressaltou o governador.
A proposta é que o VLT seja gerenciado pela inciativa privada, com aporte de recursos do GDF. Serão três fazes de implantação. A primeira, estimada em aproximadamente R$ 1,5 bilhão, consistirá na construção da linha, com instalação de trilhos, cabos de alimentação de energia e pavimentação de concreto.
“Trata-se de um avanço, uma modenização do transporte coletivo que há anos vem sendo prometido e que estamos empenhados em transformá-lo em realidade”, destacou Casimiro.
Como vai funcionar
O VLT vai substituir todas as linhas de ônibus que chegam de outras regiões administrativas ao Plano Piloto e passam pelas vias W3 Sul e Norte. Ao final de cada uma delas, esses ônibus deixarão os passageiros no Terminal da Asa Sul (TAS) ou da Asa Norte (TAN). Ali o passageiro fará a integração para o transporte sobre trilhos, com o custo da passagem incluído no bilhete único de integração.
Cada trem terá o comprimento de 45 metros com sete seções (os vagões) e seis articulações, com capacidade total de até 560 passageiros. As estações instaladas no canteiro central da via seguirão os modelos do transporte já em funcionamento no Rio de Janeiro e em Santos, com características similares às de uma plataforma de metrô.
Quiosques comerciais de modelo padronizado fazem parte do projeto e devem ser construídos ao longo do canteiro central. Para dar vazão às quadras transversais, calçadas e ciclovias serão construídas de modo a ligar as quadras 600, na parte baixa do Plano Piloto, às 900, na parte superior.
Em 27 de março, a Secretaria de Transporte e Mobilidade abrirá uma audiência pública eletrônica (http://semob.df.gov.br/audiencias-publicas/) por meio da qual receberá sugestões passíveis de ser acrescentadas ao projeto inicial. Após essa fase, o projeto é enviado ao Tribunal de Contas do Distrito Federal (TCDF), que dará parecer sobre sua viabilidade. Concluída esta etapa, tem início a fase de licitação.
A previsão é de que tudo isso aconteça até o final de 2020. O prazo previsto de execução das obras é de 36 meses.