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O adiamento da edição deste ano das Olimpíadas e Paralimpíadas de Tóquio (Japão), anunciado na manhã desta terça-feira (24), foi um alívio para muitos atletas que ainda sonham em conquistar uma vaga no principal evento esportivo do mundo. Entre eles, a brasileira Kamila Barbosa, do Wrestling, categoria até 50Kg, que revelou estar mais tranquila desde que o Comitê Olímpico Internacional (COI) e o Governo do Japão comunicaram ao mundo a decisão de transferir a realização dos Jogos para 2021.

“Há algumas semanas, eu até acreditava que tudo aconteceria dentro do previsto. Mas agora, com a situação se complicando a cada dia, eu acho que não tinha mais como manter o cronograma inicial. Eles agiram da forma correta. Até para nós, atletas, tudo estava sendo muito difícil. Tem gente em todo mundo sofrendo demais para manter a periodização correta dos treinamentos. Isso afeta o desempenho e diminui o nível das disputas. Agora todo mundo poderá chegar no seu melhor nível físico e técnico”.

Pré-Olímpico Mundial

Assim como as outras brasileiras Giullia Penalber (57Kg) e Dailane Reis (68Kg), Kamila tem só mais uma chance garantir presença em Tóquio: o Torneio Pré-Olímpico Mundial, em Sofia (Bulgária), já adiado para junho. “Serão duas lutadoras classificadas por categoria. É a última oportunidade para todo mundo. Agora, não podemos negar que a incerteza é grande. O torneio estava previsto para o final de abril e “jogaram” lá para junho. E não temos nada confirmado ainda. Tudo pode mudar.”

Últimas competições antes da pandemia

Kamila Barbosa regressou ao Brasil no último dia 17, depois de participar de duas competições no Canadá, no início deste mês. Uma delas foi o Pan-Americano da modalidade em Ottawa (Canadá). Contra a argentina Patricia Bermudez, nas quartas de final, Kamila passou com dificuldades por 5 a 2. Na semifinal, ela acabou caindo para a americana Victoria Anthony. E na disputa do bronze, a brasileira levou a melhor sobre a venezuelana Genesis Olivio: vitória por 7 a 4. “Foi um torneio muito bom. Gostei demais do meu desempenho”, avaliou Kamila, campeã nacional na categoria até 50 kg.
Logo na sequência, no dia 14 , ela voltou a lutar, desta vez no Pré-Olimpico, também em Ottawa (Canadá).. Kamila venceu a venezuelana Genesis Milano, mas parou nas quartas de final diante da canadense Jessica MacDonald.

Medo de não conseguir retornar ao Brasil

“O retorno já estava previsto. Mas tivemos um ‘medinho’ de não conseguir voltar pra casa, porque o meu voo e o de mais alguns amigos tinha escala em Whasington. Alguns tiveram voos alterados para passar pelo Panamá. Eu tive notícias de que o pessoal do Peru não tinha conseguido voltar para o seu país. Mas graças a Deus deu tudo certo e nós já estamos em casa. Claro que seguindo todo o protocolo de quem vem do exterior”.

Rotina de treinos

Depois de uma semana de trabalhos físicos em São José dos Campos, no interior paulista, a goiana Kamila Barbosa começou nessa semana os trabalhos específicos do wrestling. “Voltei depois de duas competições muito fortes. Por isso, estava ‘só no físico’. Mas agora é ‘se atirar no trabalho específico’. Não tem jeito. Vou adaptar algo aqui em casa”.

Desafio da quarentena

Para passar com alegria os dias de isolamento em virtude do avanço do coronavírus, a atleta lançou nas redes sociais o  ‘desafio da quarentena’. Nele, a pessoa tenta manter um tênis equilibrado na sola do pé, enquanto faz exercícios deitada no chão. “Precisamos criar formas de passar o tempo de maneira saudável, divertida e que também nos aproxime um dos outros. Isso é saúde! Nós necessitamosd de movimentação tanto para o corpo quanto para a mente. Nós necessitamos de afeto e eu acho que isso, de uma certa forma, aproxima e diverte as pessoas. No que eu puder ajudar, para passarmos por essa da melhor forma possível, eu farei. Seja com as informações dos cuidados que eu venho sempre falando, seja através da minha voz ou das minhas palhaçadas. Só temos que passar por isso todos bem”, completa a lutadora, que também é apresentadora nas redes sociais de uma live do Time Brasil, sobre o dia a dia dos atletas às vésperas dos Jogos Olímpicos.

Edição: Cláudia Soares Rodrigues