O pronunciamento do presidente da República, Jair Bolsonaro, foi alvo de críticas de deputados durante a primeira sessão virtual do Plenário da Câmara dos Deputados.
Em cadeia nacional, nesta terça- feira, Bolsonaro criticou o tratamento ao coronavírus dado pela imprensa e por governadores. Disse que, se for contaminado, terá apenas “uma gripezinha” e cobrou o fim das medidas restritivas e a volta à normalidade em defesa da economia.
O líder do Republicanos, deputado Jhonatan de Jesus (Republicanos-RR), foi o primeiro a falar do assunto. Ele destacou que o coronavírus “não é uma gripezinha”. “Temos de cuidar agora das pessoas e depois teremos muito tempo para cuidar da economia”, afirmou.
Infectado com o coronavírus, o deputado Luis Tibé (Avante-MG) também criticou Bolsonaro por minimizar os efeitos da doença. “O que estou passando enfrentando esse vírus é tudo menos uma gripezinha. Precisamos estar unidos contra o vírus e a fala do presidente é muito preocupante”, afirmou.
Oposição
O líder da oposição, deputado Alessandro Molon (PSB-RJ), disse que a fala do presidente lhe causou “tristeza e indignação”. “Estamos fazendo um esforço para evitar a disseminação da pandemia e a fala do presidente vai em sentido contrário. É desastroso”, afirmou.
Para a líder do Psol, Fernanda Melchionna (Psol-RS), Bolsonaro desmerece o esforço da Organização Mundial de Saúde (OMS) no combate ao vírus. “Quando o Brasil passa por uma das piores crises da História, temos um presidente que faz apologia ao obscurantismo”, disse.
Unidade
Sem se referir ao presidente, o deputado Arnaldo Jardim (Cidadania-SP) defendeu que os poderes atuem em harmonia. “Temos que fortalecer a ciência para que impulsos pessoais não direcionem as políticas públicas”, afirmou.
Defesa
O deputado [[Eduardo Bolsonaro]] saiu em defesa do presidente da República. “Temos a certeza de que é impossível ficar confinado por um longo período e isso vai ao encontro do que dizem outros líderes, como Donald Trump”, afirmou.
O que diz a OMS
A Organização Mundial da Saúde (OMS) tem defendido medidas duras de isolamento social para que os sistemas de saúde não entrem em colapso por meio de picos muito altos de infectados graves.
Recentemente, a instituição afirmou que não são apenas os idosos e as pessoas com doenças preexistentes que estão tendo que ser auxiliados por aparelhos de respiração. A Sociedade Brasileira de Infectologia também divulgou nota, afirmando que “ficar em casa” é a resposta mais adequada para a maioria das cidades brasileiras neste momento.
Reportagem – Carol Siqueira
Edição – Geórgia Moraes