Bill Gates: 'Recuperar a economia é mais factível do que trazer pessoas de volta à vida'

Em entrevista ao portal TED, o bilionário e filantropo Bill Gates comentou as medidas de isolamento social impostas pelos Estados Unidos como medida para conter o avanço do coronavírus. Segundo o fundador da Microsoft, quarentenas são um desastre para a economia, mas necessárias.

“O efeito econômico [da pandemia] é realmente dramático”, disse Gates. “Mas recuperar a economia é mais factível do que trazer as pessoas de volta à vida. Então, vamos lidar com a dor na dimensão econômica – muita dor – para minimizar a dor na dimensão de doenças e morte.”

Segundo o bilionário – que neste mês deixou o cargo de membro do conselho administrativo da Microsoft, mantendo apenas suas ações e o cargo de consultor para o atual CEO da empresa, Satya Nadella – políticos que sugerem suspender a quarentena por conta do impacto econômico são “irresponsáveis”.

“Realmente não há um meio termo, e é muito difícil dizer às pessoas: ‘Ei, continue indo a restaurantes, vá comprar casas novas, ignore a pilha de corpos ali no canto. Queremos que você continue gastando, porque talvez haja um político que pense que o crescimento do PIB é tudo o que importa’”, disse Gates. “É muito irresponsável alguém sugerir que podemos ter o melhor dos dois mundos.”

Na semana passada, uma palestra ministrada pelo bilionário há cerca de cinco anos voltou a circular na internet. No vídeo, ele fala sobre o risco de uma epidemia global e como a população não estava pronta para evitar a disseminação de um possível vírus mortal.

“[Ordenar quarentena] é desastroso para a economia”, disse Gates ao TED. “Mas quanto mais cedo você fizer isso, por mais difícil que seja, mais cedo você poderá desfazê-lo e voltar ao normal.”

A Fundação Bill & Melinda Gates, comandada pelo segundo homem mais rico do mundo e sua esposa, já doou o equivalente a quase R$ 500 milhões a organizações não governamentais e laboratórios que pesquisam maneiras de combater o covid-19.

Informações do Site Yahoo Finanças