Desde o início da pandemia do novo coronavírus, o número de mortos tem crescido a cada semana epidemiológica no Brasil. A realidade, no entanto, mudou na última estatística. Segundo dados divulgados pelo Ministério da Saúde e pelo Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), pela primeira vez, o país terminou uma semana com menos óbitos do que a anterior.
Os números, analisados pelo (M)Dados, núcleo de jornalismo de dados do Metrópoles, mostram que, entre os dias 30 de maio e 6 de junho, 7.096 novas mortes foram contabilizadas. Nos 7 dias posteriores, a doença fez 6.790 vítimas, uma queda de quase 5%.
Ainda que as redes sociais estejam em alvoroço com a novidade, o que parece ser uma boa notícia merece grandes ressalvas. Para Claudio Maierovitch, médico sanitarista e coordenador do Núcleo de Vigilância Epidemiológica da Fundação Oswaldo Cruz (FioCruz), é necessário esperar os próximos números para comemorar.
Segundo Maierovitch, ainda é muito cedo para falar em retrocesso da doença. “Precisamos levar em consideração alguns fatores, como o feriado no meio da última semana, que, eventualmente, compromete a velocidade de introdução da informação no sistema. Além disso, existe uma insegurança gerada pelo próprio Ministério da Saúde com os dados”, disse.
Na visão de Jonas Lotufo Brant de Carvalho, professor do Departamento de Saúde Coletiva da Universidade de Brasília, os riscos de crescimento na quantidade de óbitos ainda são grandes. “Muitas capitais começaram a abrir e diminuir o distanciamento social. O impacto das mortes não é visto de maneira imediata. Temos a incubação, a manifestação da doença e todo um caminho até a possível morte. Por isso, é provável que teremos um aumento nas próximas semanas”, explicou.
O número de novos casos não seguiu a mesma tendência dos óbitos. Desde o início da pandemia, não houve semana com queda. Mas esse dado está diretamente relacionado com a política de testagem de cada estado e do governo federal.
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Da redação do Policiamento Inteligente com informações do Jornal Correio Braziliense