O ex-assessor parlamentar Fabrício Queiroz afirmou, nesta segunda feira (29/06), em depoimento à Polícia Federal, que desconhece o suposto vazamento de informações sobre uma investigação que lhe atingiria, denunciado anteriormente pelo empresário Paulo Marinho. A informação sobre o depoimento do ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) foi noticiada pelo jornal O Globo.

Queiroz foi preso preventivamente no último dia 18, a pedido do Ministério Público do Rio, na Operação Anjo, dentro do inquérito que investiga um esquema de “rachadinha” no gabinete de Flávio à época em que o político era deputado estadual na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). Nessa prática, os funcionários devolvem parte dos salários ao parlamentar.

Custodiado no presídio de Bangu 8, o ex-assessor foi ouvido na tarde de hoje, na condição de testemunha, pelo delegado da PF do Rio Jaime Cândido. O procedimento foi por videoconferência, para evitar risco de contágio por coronavírus.

O empresário Paulo Marinho, ex-apoiador do presidente Jair Bolsonaro, havia afirmado, em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, que Flávio Bolsonaro lhe contou ter sido informado por um policial federal do Rio que Queiroz estava na mira da Operação Furna da Onça. Relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) obtido na operação detectou movimentações atípicas na conta de Queiroz e apontou suspeita de um “rachadinha” no gabinete de Flávio na Alerj.

De acordo com investigadores, em seu depoimento Queiroz negou ter recebido informações antecipadas de investigações. Disse ainda ter sido ele próprio quem pediu para ser exonerado do cargo de assessor do gabinete na Alerj, negando a suspeita de que foi demitido por Flávio após o parlamentar ter obtido as informações confidenciais. 

A exoneração de Queiroz ocorreu em 15 de outubro de 2018, uma semana depois do primeiro turno da eleição presidencial e duas semanas antes do segundo. Nesse mesmo dia, a filha de Queiroz, a personal trainer Nathália, foi demitida do gabinete do então deputado federal Jair Bolsonaro na Câmara dos Deputados em Brasília. Marinho disse que as exonerações foram ordenadas por Bolsonaro.

Como justificativa para seu pedido demissão, Queiroz disse à PF que estava “cansado” de trabalhar como assessor político e que iria cuidar de problemas de saúde.

Como o objeto da investigação da PF é apenas o vazamento de informações da Operação Furna da Onça, o delegado não fez questionamentos sobre o esquema de “rachadinha”, que é alvo de uma investigação do Ministério Público do Rio.

Informações do Jornal Correio Braziliense

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