A Orquestra Sinfônica do Theatro Municipal do Rio de Janeiro será o tema da Campanha #AulaEmCasa, que vai apresentar ao público, gratuitamente, a história e curiosidades a respeito de uma das mais importantes orquestras do país. A orquestra fez sua estreia no dia 5 de setembro de 1931, às vésperas da data comemorativa da independência do Brasil.
A aula será dada hoje, a partir das 14h, no Instagram do Theatro Municipal (@theatromunicipalrj) por Fátima Cristina Gonçalves, chefe do Centro de Documentação (Cedoc) do teatro.
Uma das curiosidades envolve o nome de Francisco Braga, o primeiro maestro titular do equipamento cultural carioca e autor do Hino da Bandeira.
Compositor, professor do Instituto Nacional de Música e criador da Sociedade de Concertos Sinfônicos, Braga foi aluno do compositor francês Jules Massenet e participou ativamente da história do Theatro Municipal desde os seus primeiros anos. Segundo Fátima Cristina, ele foi o maestro que mais regeu concertos no TMRJ, onde ficou até meados de 1935.
Braga comandou o espetáculo de inauguração do Theatro Municipal, em 14 de julho de 1909. Juntamente com o amigo e contemporâneo Alberto Nepomuceno, Braga lançou, em seus concertos, a música do compositor Heitor Villa-Lobos.
O maestro foi um dos maiores responsáveis pelo teatro ter, atualmente, o Coro e a Orquestra Sinfônica, porque participou da comissão criada nos anos de 1930 para estudar a implementação dos corpos estáveis do Municipal do Rio e transformar isso em lei. Em reconhecimento, foi nomeado primeiro maestro da Orquestra Sinfônica do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, da qual se afastou por problemas de saúde. Braga selecionou os primeiros 60 músicos da orquestra.
O concerto de estreia da Orquestra Sinfônica contou com a participação de Tito Schipa, considerado um dos maiores tenores italianos da primeira metade do século 20, que gostava muito do Brasil, onde vinha com a Companhia Lírica da Itália.
A chefe do Centro de Documentação do TMRJ destaca que Schipa tinha uma voz “poderosíssima” e era tido como um fenômeno naqueles anos. “A gente brinca dizendo que o artista seria o Pavarotti da época”, definiu Fátima Cristina, mestre em história pela Universidade Federal Fluminense (UFF), referindo-se ao tenor Luciano Pavarotti, reconhecido como o tenor que popularizou mundialmente a ópera.