Em entrevista hoje (16), à Voz do Brasil, o ministro da Controladoria-Geral da União (CGU), Wagner Rosário, afirmou que o órgão continuará buscando irregularidades nas compras feitas em caráter emergencial por estados, municípios e pelo governo federal para combater a pandemia do novo coronavírus.
De acordo com o ministro, o trabalho da CGU é todo baseado em big data – imensos bancos de dados e informações públicas que podem ser cruzados e comparados por algoritmos de computador que, em uma segunda etapa, identificam desvios ou irregularidades.
Auxílio emergencial
Rosário informou que as duas maiores fontes de irregularidades na distribuição do auxílio emergencial são o uso do CPF de pessoas falecidas e o cadastro de CPFs que não atendem aos requisitos para o recebimento do benefício. Segundo o ministro, R$ 4,5 bilhões foram economizados pelo governo em casos irregulares identificados antes do crédito – operação que só foi possível com o uso de big data.
“São pessoas que não fazem jus ao programa e tentam passar nesses crivos. Todas as bases estão sendo cruzadas. Esses trabalhos têm gerado resultados efetivos ao governo”, informou.
Contratos irregulares
Questionado sobre contratos irregulares de estados, municípios e até mesmo da União nas compras emergenciais relativas à pandemia de covid-19, o ministro afirmou que várias informações foram investigadas nas 30 operações realizadas pela CGU em parceria com outros órgãos.
“Até o momento, 280 entes federados foram investigados. Fizemos o levantamento dos preços praticados nessas contratações. Nenhum trabalho focou apenas em superfaturamento, mas também empresas sem funcionários, empresas com endereços inexistentes. Vamos continuar trabalhando para identificar irregularidades na aplicação dos recursos da covid-19”, relatou.
Portal da Transparência
Sobre a transparência dos dados do governo e dos impostos pagos pelos cidadãos, Wagner Rosário disse que o Brasil tem uma das maiores referências internacionais em transparência de contas públicas: o Portal da Transparência. Segundo Rosário, a cobrança por informações do destino das verbas públicas quadruplicou durante o período da pandemia.
“O nosso Portal da Transparência é um repositório de referência no mundo. Salários de servidores, uso de cartão corporativo, todas as informações estão lá dentro. O acesso era de 1 milhão de pessoas ao mês, passou para 4 milhões [após a iniciativa do auxílio emergencial]. Qualquer um que tenha interesse pode acompanhar os gastos do governo”, concluiu.