Com o aumento da criminalidade no DF algumas perguntas surgem em minha mente. Recentemente conversando com alguns coronéis e com alguns especialistas em segurança pública discutimos a necessidade de uma “repaginação” da Polícia Militar do DF. O crime é algo dinâmico e está se organizando a cada dia. A polícia precisa se adaptar aos novos tempos. A sociedade mudou, a cidade mudou, mas a polícia continua a mesma em alguns aspectos. Segundo dados da Secretaria Nacional de Segurança Pública (SENASP), o Distrito Federal contava em 2003, com um efetivo de 28.285 policiais para realizar a segurança de aproximadamente 2.2 milhões de habitantes. Desse efetivo 5.032 eram policiais civis, 16.006 eram policiais militares, 6.600 eram bombeiros militares e 627 pertenciam aos quadros da polícia técnica. Atualmente o efetivo da Polícia Militar não ultrapassa 15. 100 homens e mulheres. Onze anos depois a população aumentou e o efetivo diminuiu por incompetência administrativa dos governantes que passaram pelo comando da capital nos últimos 11 anos.

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As inovações em segurança pública têm esbarrado em obstáculos institucionais e na cultura organizacional. Por vezes são as limitações e os conflitos de competência que dificultam a implantação de novas políticas. Noutras ocasiões, são as estruturas internas das instituições de segurança pública e justiça criminal que dificultam a inovação. O governo Rollemberg terá que fazer um “choque de gestão” para romper com tais resistências. O primeiro passo é uma “reorganização” da Secretaria de Segurança Pública e posteriormente dos órgãos de segurança da cidade. A cultura permeada por desconfianças e preconceitos tem dificultado bastante a implantação de novas políticas públicas de segurança.

Para a implementação do Plano Distrital de Segurança e do Pacto pela Vida no DF algumas modificações precisam ser feitas. Deixo alguns questionamentos para nossa reflexão, dentro do conceito de que segurança pública se faz com a redução dos espaços de atuação dos criminosos:

1) As áreas dos batalhões existentes atualmente são ideiais para a proteção das comunidades?

2) Quantas cidades existem no DF, quantos batalhões existem e quantas cidades não possuem batalhões? 

3) O efetivo nas cidades suficiente?

4) As operações que existem hoje são as adequadas? E as escalas de serviço?

5) Existe alguma forma de melhorar as escalas de serviço e ao mesmo tempo de colocar mais policiais nas ruas?

 Aderivaldo Cardoso é Especialista em Segurança Pública e Cidadania, formado pelo Departamento de Sociologia da Universidade de Brasília (UNB). Coordenador do Movimento Policiamento Inteligente no Brasil: Busca a eficiência, eficácia e efetividade das ações policiais tendo como base os anseios da comunidade.