Todos os anos no final de ano temos reforço de policiais nas ruas. Os policiais militares conhecem tal operação como PIN (Plano de Intensificação Natalino). Todos os anos são sempre iguais. Os policiais são colocados próximos as lotéricas, reforçam o policiamento próximo aos Shoppings e comércio local, participam da festa de final de ano na Esplanada, dentre várias outras atribuições. É muito parecido com a operação RIC, realizada este ano, como policiamento de “demonstração” aos finais de semana, trabalham no expediente e ainda dão a “cota de sangue” na rua, ou trabalham na rua e são escalados na folga para dar visibilidade a polícia. A presença policial é muito importante, mas a conta sai muita cara para os policiais que atuam nestas operações.
Pouca gente sabe que para ter a melhoria do serviço externo, o serviço interno da polícia é “sacrificado”. As vezes chegamos em algumas seções e não tem ninguém para realizar certas tarefas, fazer um requerimento por exemplo, já precisei e não pude resolver meu problema. Posteriormente quando voltei o problema era a falta de energia que tem dificultado o trabalho em algumas áreas fundamentais do Complexo do QCG. Hoje pela manhã duas mensagens que estavam sendo divulgadas nas redes sociais me preocupou bastante:
“Estou na policlínica para coleta de sangue e o atendente avisou para todos que a coleta não esta sendo realizada desde quarta-feira, devido ao emprego do Efetivo do laboratório no PIN.”
A outra está em vários grupos de Whatzaap e chama a atenção:
“Agora olha o que a PM nos arranja, os companheiros estão escalados no PIN sem SVG, 0800 (de graça) como chamam. Agora os oficiais estão sendo escalados para fiscalizar o PIN com SGV (Serviço Voluntário Gratificado).”
São pequenas atitudes que vão desgastando a gestão e desmotivando os policiais. O trabalho policial é estressante, mas questões pontuais podem potencializar tudo isso. Os governantes precisam ficar atentos. Não é atoa que os profissionais de segurança pública são os que mais cometem suicídios e aqueles que mais adoecem, juntamente com os professores. A polícia está morrendo, os policiais estão morrendo junto. Ninguém está vendo?