Maquiavel, no livro “O príncipe”, dedicou um capítulo inteiro (XXIII) para ensinar como um governante pode “evitar os aduladores”. Neste livro, o autor afirma que “os homens apreciam tanto a si mesmos e aos seus atos, que acabam se iludindo a tal ponto que os bajuladores passam a fazer parte de sua vida.” Em comentários de rodapés o grande imperador Napoleão Bonaparte afirmava que “são úteis, uma vez que todo príncipe precisa de estímulos, mas não deve deixar-se envolver por eles.”
Não há dúvidas de que um governante precisa de conselheiros, Maquiavel afirma que “o governante deve escolher para seu governo apenas homens sábios e unicamente a eles dar plenos poderes para lhe dizer a verdade. Eles devem ser autorizados a falar exclusivamente sobre o que lhes for perguntado, e nada mais.” A rigor, “o príncipe deve lhes perguntar sobre tudo, ouvir suas opiniões, refletir sobre elas e depois tomar suas próprias decisões.”
No site Metrópoles de hoje (24) a matéria com o título: “Animadores de torcida de Rollemberg custam R$ 766 mil por ano no DF” – Coordenação de Mobilização, composta por 15 pessoas, rebate críticas ao governador nas redes sociais e organiza apoio em eventos públicos – chama a atenção para algo comum em vários governos. As “claques” como são conhecidas são antigas, mas elas possuem alguma credibilidade? Até que ponto o governo elogiando o próprio governo reverte em votos?
Muitos dos conselheiros do “rei” possuem seus próprios interesses, muitos serão candidatos nas próximas eleições e entendem que poder “é transferência”, mas esquecem que “alta rejeição” também se transfere. Jacob Petry, no livro “Poder & Manipulação” afirma que “cada conselheiro terá em mente seus próprios interesses e o príncipe precisará saber interpretá-los pelo que cada um representa, bem como tirar o melhor juízo a respeito.”
Ainda segundo Jacob Petry “se não seguir essa regra, o príncipe será enganado pela opinião dos seus aduladores ou mudará demais seu parecer, passando uma imagem de inseguro e confuso, o que resultará em falta de respeito e confiança.” Esse filme nós já vimos várias vezes no Distrito Federal.
“As pessoas se comprazem tanto nas coisas que dizem respeito a elas próprias, e se deixam enganar tão facilmente sobre si, que é difícil querer se libertar da bajulação”. (Jacob Petry – Poder & Manipulação).
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