Quem me acompanha neste últimos sete anos conhece alguns dos conceitos desenvolvidos neste espaço. Aqui desenvolvemos a “tese política” que denominados “policiamento inteligente”, nela falamos sobre suas fases: 1) Ideológica; 2) Metodológica e 3) Ações de implementação. Na primeira fase desenvolvemos o “sistema que ideias” que daria sustentação a tese. Apresentamos conceitos que ajudaram a quebrar preconceitos no intuito de produzir uma mudança de “mentalidade”, que pode gerar uma mudança de comportamento, a qual denominamos “desmilitarização cultural”. Desenvolvemos um método onde procuramos definir “o que fazer” e “como fazer”, depois partimos para o “quem mobilizar” internamente e posteriormente externamente. Avançamos depois para a definição do problema (ao contribuir na elaboração de um plano de governo) e objetivamos contribuir agora para o “policiamento orientado para o problema”, ajudando a aproximar a polícia da comunidade e a comunidade da polícia. É uma construção lenta que passa pelo empoderamento de alguns setores e pessoas.
Neste período, montei um blog, fiz uma especialização em segurança pública, escrevi um livro e distribui em vários níveis da Corporação e de outras instituições, estive na Força Nacional, na Senasp, na Assessoria Parlamentar da Câmara Legislativa, ministrei aula de Chefia e Liderança para mais de dez mil policiais, dentre as várias outras unidades da Corporação. Desenvolvemos o conceito de que todo policial tem poder, autoridade e legitimidade para atuar, precisamos conquistar a confiança da comunidade.
Recentemente, fui convidado pelo Secretario de Segurança pública para atuar em sua Assessoria Especial. Vi alguns “oponentes” achando um absurdo um CABO ser nomeado em um “Cargo de Natureza Especial”. Durante um bom tempo aprendi sobre o “racismo”, agora, assim como desenvolvi o conceito do “limitarismo”, em meu livro, onde defini como o limitador de mentes e potenciais, estou criando um novo termo que estou chamando de “pracismo”, ou seja, o preconceito com a “praça”. Podemos ver a nomeação de um um CABO nesta posição por meio de dois olhares: o primeiro pode ser aquele do incômodo e da inveja ou simplesmente pelo olhar “pracista” que acha um absurdo uma praça ocupar tal espaço. O segundo pode ser um olhar visionário, onde enxergamos uma quebra de paradigma em uma secretaria onde não havia espaço para isso. Com o olhar da “desmilitarização cultural”, aonde um CABO pode ser nomeado no mesmo “nível” que um ex-secretário de segurança, um ex-diretor da polícia civil, dois ex-subcomandantes da PM e um ex-coordenador nacional de polícia comunitária. Uma pequena “mudança” que pode gerar “estranhamentos”. Afinal, quantas praças já ocuparam a posição de assessor especial de um secretário de segurança no DF? Quantas foram ouvidas por um secretário e pelo governo do DF? Prefiro enxergar com o olhar dos “visionários”.
Por: Aderivaldo Cardoso