Precisamos tomar muito cuidado com a tentativa de legitimar certos discursos em nosso meio. Lembro-me no governo passado quando falava-se em “Policiamento Inteligente” e passaram uma propaganda, que beirava o ridículo, com várias motos velhas andando no eixão, onde se dizia tratar de um novo policiamento, ou seja, o policiamento inteligente. Não é assim que funciona. O conceito deve se aproximar das ações para deixar de ser apenas um discurso da autoridade e passar a ter a “autoridade do discurso”. Vejo que o “slogan” agora é “aproximar a polícia da comunidade. E o defendo, pois o faço há anos aqui no blog. Mas não podemos banalizar.
A população do DF está cada vez mais conectada com as novas tecnologias, em especial a de Águas Claras. Mas não são só os moradores: a polícia também. Por meio de um aplicativo para smartphone, os habitantes podem trocar informações com o 17ª Batalhão de Polícia Militar. A iniciativa atende à demanda por um canal direto com a segurança pública, e agora, toda a comunidade pode cooperar.
No aplicativo DF Águas Claras – que também inclui um guia comercial da cidade –, seis ícones dividem os conteúdos emergência, ocorrência, denúncia, sugestão, notícias e contato. O comandante do 17º BPM, o tenente-coronel Daniel Pereira, afirma que é importante este contato direto com a população. Em razão disso, ele propôs ao criador do aplicativo a inclusão de várias ferramentas.
“No aplicativo, o morador pode ligar solicitando policiamento, denunciar crimes, sugerir alteração no trânsito, ler as notícias da corporação e pegar os telefones, caso necessário”, detalha. O comandante admite, no entanto, a necessidade de mais policiais para o patrulhamento da região, que inclui Águas Claras, Areal, Arniqueiras, Colonia Agrícola Samambaia e parte do Park Way.
Aproximar a polícia da comunidade significa dialogar com ela. Significa tratá-la bem, respeitá-la e agir dentro da legalidade. São princípios básicos do que se espera de uma polícia no Estado Democrático de Direito. Tal aplicativo pode facilitar o “contato” com a comunidade, mas nada substitui o “corpo a corpo”, ou seja, a presença policial nas ruas. É um facilitador para ajudar na aplicação correta do efetivo, para agilizar a informação, para melhorar a interação. Não podemos confundir isso com algo muito maior “que a presença e o diálogo” nas ruas. Segurança pública se faz com a redução dos espaços de atuação dos criminosos. Entendo que aproximar a polícia da comunidade também é garantir segurança pública, desde que ela contribua para redução de tais espaços!
Por: Aderivaldo Cardoso com informações do Jornal de Brasília